Segundo a escritora brasileira Djamila Ribeiro, problemas só podem ser resolvidos quando a eles é dada a adequada atenção. Entretanto, no Brasil contemporâneo, os desafios para a valorização cultural da arte periférica sofrem a invisibilidade problematizada pela autora, causando grandes atrasos no reconhecimento de sua importância para a identidade brasileira. Diante disso, é relevante analisar dois fatores incontornáveis do problema: a morosidade estatal e a lacuna educacional.
Nesse viés, em primeira análise, é relevante apontar a desassistência estatal em combater o diminuto reconhecimento social em questão. O filósofo alemão Friedrich Hegel defendia que o Estado é o pilar inicial de uma nação, isto é, constitui o meio correferido a atenuação das malezas sociais. Paralelamente, o Governo tem sido negligente em cumprir seu papel de promover a valorização da arte de periferia no cenário cultural brasileiro, que consequentemente é estigmatizada e marginalizada, assim como seus criadores por conta de preconceitos com a população de classe baixa, para além disso, há não só a desvalorização, mas também, a repressão da arte da periferia. Assim, há urgência de um posicionamento.
Desse modo, a lacuna educacional ratifica o problema acima citado. Segundo educador e pensador brasileiro Paulo Freire, "se só a educação não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda". Sob esse ponto de vista, é possível traçar um paralelo com a situação brasileira de desvalorização da arte periférica, uma vez que, ao tratar da história da periferia de maneira conteudista e pouco reflexiva, o sistema educacional falha no tangente a explicar aos alunos o significado da arte citada, causada a desinformação geral acerca do tema também, o invizibilizando. Por conta desse desse impedimento cultural, a arte periférica sofre diversos diversos ataques e repressões da sociedade, apesar de historicamente ser uma forma de resistência e de dar voz ao povo abandonado às margens da sociedade. Portanto, é imprescindível a mudança do quadro alarmante contemporâneo.
Em suma, é mister uma intervenção para agir sobre o imbróglio. Assim, o Governo Federal -responsável por organizar a nação-, deve criar uma agenda específica em conjunto com as escolas, de modo que seja implementado nos institutos escolares um plano de valorização artística, que por meio da ministração de aulas , paletras -feitas por profissionais instruídos- e atividades reflexivas, terá a finalidade de promover a valorização da arte periferia no cenário cultural brasileiro. Podendo contar com pesquisas entre os alunos para ouvir a opinião popular. Apenas dessa forma, o problema será retirado da invisibilidade e resolvido, como afirma Djamila.