O início da história do Brasil, é caracterizado pela vinda de escravos africanos para trabalharem no território brasileiro. Nessa perspectiva, esses africanos viveram precariamente nos Navios Negreiros, passando por diversas dificuldades. Hodiernamente, a situação dos povos afros no Brasil não apresentou grandes mudanças, devido ao descaso populacional perante ao tema. Assim, mostra-se relevante pensar na desvalorização da herança africana no Brasil, uma vez que o preconceito e a omissão midiática configuram as maiores problemáticas desse pernicioso cenário.

Em primeira análise, é preciso destacar o preconceito dos brasileiros em relação à cultura, religião e etnia dos africanos. Segundo o filósofo Voltaire "preconceito é opinião sem conhecimento". Esse contexto envolve uma falta de saber da população brasileira sobre a história desses povos, além de crenças enraizadas na sociedade que provem maior exclusão social. Dessa forma, muitas pessoas não tem noção sobre o que são as religiões de matriz africana, por exemplo, e acabam sendo preconceituosas, assim como o racismo, que frequentemente é inserido estruturalmente.

Ademais, cabe salientar que a omissão midiática em relação a valorização dos povos afros, contribui para uma maior desigualdade social. De acordo com o escritor Ariano Suassuna, a nação brasileira é dividida em dois fragmentos, o país dos privilegiados, e o país dos despossuídos, sendo a estrutura nacional criada para suprir apenas as necessidades dos primeiros. Isso acontece principalmente pela negligência social e governamental diante a igualdade e necessidades da população. Sendo assim, torna-se urgente reconhecer que a invisibilidade midiática resulta hoje em um agravamento de disparidades sociais.

Portanto, com o objetivo de incentivar a população a praticar o bem comum, é dever do Governo promover campanhas de inclusão social. Através da mídia -utilizando anúncios, propagandas e outras ações midiáticas- seria possível que a sociedade brasileira ficasse ciente sobre a importância de valorizar a herança dos povos afros e respeitá-los. Outrossim, caberia também ao Governo, em conjunto com o Ministério da Educação, inserir as crianças e adolescentes na cultura africana. Por meio de passeios escolares -visitando museus, pontos turísticos e estudando artes que enaltecem esses povos- os alunos entenderiam a história e se sensibilizariam perante ao tema. Somente assim, o Brasil se tornaria um país onde sua população é respeitosa e respeitada.