Na obra "utopia", do escrito inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que os desafios para a valorização da herança africana no Brasil apresenta barreiras, a qual dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto tanto do racismo estrutural, quanto da insuficiência de políticas educacionais inclusivas. Diante disso torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.
Principalmente, é fulcral pontuar que o racismo estrutural deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o estado é responsável de garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação de autoridades o racismo estrutural torna a sociedade mais desigual e dificulta o acesso a oportunidades, não apenas econômicas e de educação, mas o próprio tratamento perante a lei. Desse modo faz se mister a reformulação dessa postura estatal deforma urgente.
Ademais, é imperativo ressaltar a insuficiência de políticas educacionais inclusivas como promotor do problema. Segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), apenas 6% dos professores têm formação continuada especifica em educação especial. Partindo desse pressuposto a insuficiência de políticas educacionais inclusivas é um problema que afeta diretamente o acesso e a qualidade da educação para todos os estudantes, especialmente aqueles que pertencem a grupos marginalizados, como pessoas com deficiência, minorias étnicas, e comunidades de baixa renda. Tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que a insuficiência de políticas educacionais inclusivas contribui para a perpetuação desse quadro deletério.
Assim, medidas exequíveis são necessárias para conter o avanço da problemática na sociedade brasileira. Dessarte, com o intuito de mitigar a desvalorização da cultura africana, necessita-se urgentemente, que o Tribunal de contas da união direcione capital que, por intermédio do ministério da educação, será revertido em políticas públicas inclusivas, mediante projetos de inclusão e valorização da cultura africana nas escolas. Desse modo, atenuar-se á, médio e longo prazo, o impacto da falta de valorização da cultura africana, e a coletividade alcançará a utopia de More.