De acordo com o Djamila Ribeiro, para solucionar uma questão é necessário tirá-la da invisibilidade, infelizmente, no Brasil essa não é uma realidade, a estereotipização da população negra e de sua cultura se torna completamente invisível aos olhos da sociedade como um todo, E certamente, a herança africana se torna ainda mais invisibilizada. Com isso, a frase da brasileira se torna um míssero acessório.
Dito isso, a cultura negra é fortemente estereotipada e ridicularizada no país, trazendo para as pessoas negras vergonha da própria cultura. A estereotipização se torna devidamente evidenciada no desenho brasileiro Sítio do Pica-Pau Amarelo, onde a única personagem negra presente na animação é retratada como uma mulher desprovida de inteligência ou de qualquer senso crítico. Tal ridicularização da personagem é tão acentuada que a mesma possui dificuldade para comunicação. No final, a única representação de um indivíduo negro é colocada apenas como cozinheiro e serviçal dos demais personagens.
Ademais, no atual cenário de ascendente negligência governamental, é notório que levar a herança africana para indivíduos negros que são declaradamente 56% da população do Brasil não é prioridade do governo, tendo como consequência a falta de identificação cultural e falta de autoestima, um problema muito presente na população negra. Sendo assim, tal problemática fica evidenciada na música Negrodrama, de Racionais MCs. Na letra da canção é possível analisar que a riqueza da herança africana não é algo presente nas comunidades, onde grande parte dos moradores são negros. Esse povo, por sua vez, sendo extremamente marginalizados, não consegue observar a forte herança que carregam.
Por fim, o ministério da educação, e, finalmente, o ministério da cultura, daria início ao projeto NCIS (Nossa Cultura Importa Sim) que teria como foco principal levar a arte, literatura, dança, e tudo que obtém o envolvimento direto da cultura africana. O projeto seria apresentado por estudantes dos cursos de História e Arte, em forma de palestra, uma vez por semana em escolas e praças públicas. De tal maneira, a problemática da falta de valorização da herança africana seria solucionada a longo prazo, trazendo, assim, a valorização da cultura africana para a nação verde e amarela, e proporcionando a identificação cultural da população negra brasileira.