Na sociedade hodierna sabe-se que a Constituição Federal garante direito ao lazer,
a cultura e a religião para todos igualmente. Entretanto, tal confirmação não se faz suficiente e, no atual século XXI (vinte e um), o acesso à cultura de herança africana se mantém dificultoso. É sabido que, na maior parte das instituições de ensino, a única menção à África é relacionada à escravidão e o folclore, tais menções tendem a esconder a rica em diversa cultura, priorizada apenas as potências hegemônicas e suas heranças.
Primeiramente é de suma importância destacar que desde a infância a população aprende sobre o passado escravocrata brasileiro. Diante desse cenário, muitos acabam sentindo envergonhadas por serem parte de um povo historicamente oprimido. Em entrevista ao Jornal UNESP uma professora, de pele negra, cita as aulas como seu pior momento devido ao horror apresentado. A profissional informa também que isso se orgulha em poder proporcionar as diferenças daquelas que livre foram dadas visto que, hoje, existem diversos materiais capazes de espalhar a cultura africana e priorizar o freiamento do racismo na sociedade e em ambiente escolar.
É fato que a cultura afro-brasileirase vê combinada com a indígena nos folclores. Nota-se que, tal combinação além de sofrer com o esquecimento, sofre com o preconceito que esse campo recebe, muitas das personagens apresentam tom de pele retinto e descrições violentas. Dentre os diversos personagens destaca-se o Saci -descrito como um garoto negro, que fuma cachimbo e e assalta aqueles que invadem seu território- e o Curupira - Garoto moreno e tende a assassinar aqueles que invadem a região que o mesmo protege caso não seja presenteado. Tais representações geram dúvidas acerca de sua importância cultural já que, para muitos, são geradas como influências pouco benéficas às crianças tanto em seu aprendizado quanto na sua formação.
Em suma nota-se que a herança africana carece de valorização devido ao passado escravocrata do país e que essa situação deve ser alterada o quanto antes. Diante da problemática o Governo Federal juntamente aos Ministérios da Cultura, do Lazer e da Educação deve criar programas que visem diminuir o preconceito por veio de eventos e organizações. São necessários também projetos de leis mais rigorosos contra o racismo e a censura cultural contra a herança africana. Desse modo, juntamente as organizações que valorizem a cultura africana, a população poderá se sentir confiante e dotada do sentimento de pertencimento.