A constituição federal de 1988, norma de maior hierarquia jurídica brasileira assegura os direitos e bem-estar da população. Entretanto, quando se observa os desafios para a valorização da herança africana no Brasil, percebe-se que esse preceito teórico não tem sido satisfatoriamente aplicado na prática. Diante disso, pode-se apontar tanto a insuficiência governamental, quanto o preconceito estrutural da nação verde-amarela com promotores do revés.
Em primeiro análise, cabe destacar a ineficácia, ou até mesmo inexistência de políticas públicas governamentais ao enfrentamento do problema. Sobre isso, o pensador Thomas Hobbes diz; ser dever do estado garantir o bem-estar populacional, porém é evidente que há um negligênciamento estatal no que tange a herança desses povos originários do país, que integram diretamente a estrutura cultural do Brasil. Não existem iniciativas o suficiente para inserirem esses saberes a lugar de destaque, os deixando sempre “à margem”, e não os dando devida atenção.
Outrassim, o preconceito enraizado na sociedade brasileira, é um grande propulsor da problemática. Defende Claude Lévi-Strauss, famoso antropólogo, que só se pode compreender adequadamente as ações coletivas tendo entendimento dos eventos históricos. Sob esse prisma, se faz importante ressaltar a abolição da escravidão no Brasil, que libertou os negros do trabalho escravo, mas não proporcionou medidas de inclusão a eles no meio social. Ademais, suas práticas culturais e religiosas foram sempre marginalizadas pelas elites dominantes, realidade essa que perpetua até os dias atuais.
Urge portanto, que medidas sejam tomadas. O Governo Federal, por meio do ministério da educação, deve inserir à base curricular comum, uma área de conhecimento que aborde os costumes e cultura dos povos tradicionais do país, (como africanos e indígenas), com a finalidade de mitigar a problemática. Assim o preceito previsto na constituição será devidamente instituído.