“Amor por princípio, ordem por base; progresso por fim”, o lema positivista criado pelo filósofo Auguste Comte inspirou a frase política ordem e progresso escrita na bandeira nacional. Entretanto, no Brasil contemporâneo percebe-se a não efetividade desse preceito exposto no símbolo pátrio, visto que ainda se enfrenta muitos obstáculos, sendo um deles os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Diante desse cenário, cabe refletir sobre o descaso governamental e a escassa abordagem na sociedade acerta do problema.
Vale ressaltar, em primazia, que a inércia estatal é um dos principais fomentadores da perpetuação dos desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Partindo desse pressuposto, segundo o sociólogo Zygmunt Bauman em sua teoria de “Instituição Zumbi”, algumas instituições políticas tem sido incapazes de cumprir o seu papel social, tornando-se como zumbis. Dessa forma, é imprescindível destacar que o Estado não cumpre seu dever social a medida que se mantém inerte sobre a desvalorização da cultura africana, e não promove a conversão desse quadro, impulsionando assim uma sociedade cega sobre a herança africana trazida para o Brasil. Logo, torna-se fulcral a presença de um poder público mais operante, objetivando atenuar os impactos da problemática.
Ademais, considera-se fundamental salientar que a falta de informação sobre a desvalorização da herança africana, é um obstáculo para que o problema seja superado, de fato. A luz dessa perspectiva, de acordo com a pensadora Djamila Ribeiro “A melhor forma de resolver um problema é tirando ele da invisibilidade”, pensamento que demonstra uma falha cometida pela sociedade, uma vez que existe uma forte carência de informação sobre como valorizar a cultura africana, o que transforma em uma temática banalizada e consequentemente dificulta o desenvolvimento do país. Destarte, urge uma reflexão coletiva para a reversão desse cenário.
Infere-se, portanto, a necessidade da integração de programas para a fragilização dos desafios provenientes sobre a valorização da herança africana no Brasil. Logo, cabe ao Governo Federal, mais especificamente o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, promover e intensificar projetos que ajudem na valorização cultural africana, por meio de políticas públicas, com a finalidade de minorar os impactos ocasionados na sociedade. Além disso, o mesmo órgão competente, dessa vez em parceria com o Ministério das Comunicações, tem de desenvolver propagandas de conscientização, por intermédio das mídias sociais e televisivas, para dessa forma atenuar a apatia coletiva. Somente dessa maneira, se poderá ter a efetividade do lema exposto na bandeira nacional.