O escritor romântico, Castro Alves, expressava em suas obras o terror que os africanos sofriam ao virem para o Brasil e os exaltava à figura de herói nacional. No entanto, a valorização desse povo nunca ocorreu, décadas depois, toda herança deixada continua invisível perante a sociedade. De modo que, a negligência estatal e a desigualdade social contribuem para a manutenção do imbróglio.
Primeiramente, é importante destacar a ineficiência estatal em valorizar a cultura africana no país. Segundo o filósofo, Nicolau Maquiavel, o objetivo do político é manter-se no poder, deixando sobre segundo plano a busca pelo bem-comum. Nesse contexto, o governo realiza escassos investimentos na promoção cultural desse povo, uma vez que, a população não considera necessário esse tipo de ação. Dessa forma, a história da nação continua sendo resumida à visão europeia e toda herança deixada segue invisível.
Ademais, a segregação social é um obstáculo para a resolução da problemática. Conforme dados apresentados pelo G1, 46% da população negra vivem às margens da sociedade e são vítimas das mazelas sociais. Sob esse viés, a Constituição Federal, promulgada em 1988, garante que todos os cidadãos são iguais perante a lei. Contudo, essa minoria sofre com injurias raciais e com preconceitos enraizados, desde o período colonial. Como resultado, há uma normalização na exclusão social e cultural desse povo e uma quebra com a igualdade do sistema.
Portanto, cabe ao Estado (detentor de recursos para transformações sociais), criar projetos, como, por exemplo, o dia da literatura africana nas escolas, com o apoio do Ministério da Educação, para promover e chamar a atenção dos menores para a valorização cultural dessa minoria. Além disso, é necessário dar voz a esse grupo, por meio de assembleias, com o intuito de diminuir as dificuldades sociais. Igualmente, é importante criar campanhas publicitárias que divulguem eventos culturais, por meio das redes social, com a ajuda dos influenciadores, para assim, alcançar um amplo público e chamar a atenção deles para as causas e valores culturais africanos. A fim de, mitigar o preconceito e garantir equidade a esses povos, mudando a visão ligada à escravidão e valorizando a herança cultural africana, podendo transformar o negro no herói nacional, idealizado por Castro Alves.