Na obra literária Utopia do escritor Thomas More é apresentada uma sociedade utópica livre de litígios e mazelas sociais. Entretanto, destoa da realidade observada pela sociedade brasileira, uma vez que a desvalorização da herança africana no Brasil impede a concretização dos planos de More. Ademais, o empecilho pontuado é fruto tanto do preconceito societário quanto da negligência governamental no quesito de mudanças da grade educacional no ensino público sendo necessária uma abordagem intrínseca para verificação dos efeitos negativos dessa agrura.
Precipuamente, é fulcral pontuar que o preconceito societário é grau somatório na continuidade do viés problemático. Segundo o físico Albert Einstein é mais fácil desintegrar um átomo do que o preconceito, logo com indivíduos de um corpo social preconizando a propagação de atos contrários à valorização da herança afro-brasileira, ocorre o impedimento do conhecimento cultural sobre fatos históricos pertinentes a construção da idoneidade moral com bojo no combate ao racismo. Dessa forma, faz-se mister a reformulação da postura societária de forma urgente.
Outrossim, a negligência governamental no quesito de mudanças na grade educacional no ensino público dificulta a solução da problemática. O pensador Thomas Hobbes afirma que o estado é responsável por garantir o bem-estar da população, contudo parte do povo brasileiro não possui a garantia do seu direito pelo fato de que são visíveis desafios para a valorização da herança africana no Brasil, sendo tais frutos de uma má distribuição da grade educacional, com temas centralizados em conteúdos referentes à escravidão e leis abolicionistas como por exemplo lei Áurea e dos sexagenários, tendo esquecimento de grandes personalidades negras e suas obras artísticas como a música Oceano de Djavan e Quarto de Despejo - Diário de uma revelada de Carolina Maria de Jesus. Diante disso, é imprescindível a valorização de temas atuais para descontinuidade desse quadro deletério.
Assim medidas exequíveis são necessárias para conter a problemática na sociedade brasileira. O tribunal de Contas da União deve destinar capital para instituições educacionais públicas promoverem campanhas centralizadas no tema alinhadas com o Ministério da Educação com a finalidade de combater o preconceito societário e propiciar mudanças da grade educacional no ensino público. Desse modo, atenuar-se-á, o impacto nocivo da dificuldade de valorização da herança africana no Brasil, e a coletividade alcançará a Utopia de More.