A Constituição Federal de 1988, norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro, assegura os direitos e o bem-estar da população. Entretanto, quando se observa a deficiência de medidas na luta contra os desafios da valorização dos costumes africanos no Brasil, verifica-se que esse preceito é constatado na teoria e não desejavelmente na prática. Dessa maneira, é evidente que a problemática se desenvolve não só devido à negligência estatal, mas também à inércia midiática diante desse quadro alarmante.

Em primeiro plano, é importante ressaltar a ausência de medidas governamentais para mitigar a insuficiência da ação estatal. Sob a perspectiva do filósofo São Tomás de Aquino, em uma sociedade democrática, todos os indivíduos são dignos e têm a mesma importância, além dos direitos e deveres que devem ser garantidos pelo Estado, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Nesse sentido, por causa da baixa operação das autoridades, em não investir em políticas públicas voltadas a inserção dos valores e costumes de origem africana na sociedade brasileira, ocasiona-se um descaso por parte do governo com essa significa parte da população no cenário nacional. Desse modo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal urgente.

De outra parte, a apatia da mídia também pode ser apontada como promotor do problema. Nesse âmbito, o filósofo Marshall McLuhan, em seu livro "Understanding Media: The Extensions Of Man", afirma que 'o meio é mensagem ", destacando como a forma de comunicação influencia a percepção e experiência humana. Sob esse viés, é notório a aplicação do pensamento de McLuhan, uma vez que, os veículos de comunicação não divulga a contribuição da cultura africana, negligenciando e esteriotipando a herança patrimonial. Desse modo, muitas pessoas acreditam que a não valorização das tradições africanas é algo natural, sendo poucas as discussões sobre o tema no cotidiano. Destarte, tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que a passividade midiática contribui para a perpetuação desse cenário caótico.

Urge, portanto, que é essencial a atuação estatal e social, para que tais obstáculos sejam superados. Assim, o governo federal, em parceria com o Ministério da Cultura, deve organizar oficinas e palestras em escolas e empresas, utilizando aparelhos audiovisuais e demostração de tradições que são de originária africana, como a capoeira, afim de educar e engajar mais pessoas. Dessa forma, o preceito constitucional será solidificado no Brasil.