No Brasil, a herança africana convive com impasses acerca de sua valorização na sociedade atual. A princípio, destaca-se o preconceito às religiões de matrizes africanas ocorrendo a sua inferiorização ou tornando-as maléficas. Outrossim, a pouca visibilidade cultural de herança africana é um entrave remanescente da desvalorização desta. Portanto, a resolução destes problemas possuem suma importância.
A priori, durante e após o desfile de uma escola de samba carioca, em meados de 2021, cuja alegoria possuía a representação de Exu, uma entidade religiosa afro-brasileira, esta recebeu ataques nas mídias sociais. Tais comentários explicitaram o preconceito existente em uma parte da sociedade brasileira contra religiões de matrizes africanas. Em decorrência disto, basta salientar que, segundo a Constituição Brasileira de 1988, o estado configura-se como laico. Logo, é imprescindível que o Estado invista em ações educativas para promover o respeito religioso.
Ademais, a pouca visibilidade cultural africana na nação brasileira gera desconhecimento de suas histórias e tradições. Um exemplo significativo onde houve o reconhecimento e fascínio por parte dos indivíduos, foi no lançamento do blockbuster "Pantera Negra", em 2018. O filme evidenciou a diversidade cultural no território de Wakanda, no continente africano, ligada a elementos do afrofuturismo colaborando no fortalecimento da herança africana. Sendo assim, incentivar ações culturais que atinjam o público afim de visibilizar a herança africana torna-se essencial.
Em suma, decorrente ao preconceito religioso e invisibilidade cultural afro-brasileira, cabe ao Estado, especificamente o Ministério da Cultura, promover por meio de ações educativas para conscientizar acerca da diversidade religiosa presente no território nacional. Por fim, o fomento de produções culturais contribui na visibilidade da herança afro-brasileira resultando no reconhecimento e valorização desta.