Na obra "Utopia", do escritor Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita e em harmonia, a qual é livre de conflitos e problemas. Todavia, fora da ficção, a realidade contemporânea está distante disso, haja vista os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Por certo, a lacuna escolar e o preconceito são fatores que favorecem esse quadro.

Percebe-se, a princípio, que a lacuna escolar possui íntima relação com o revés. Nessa perspectiva, segundo o ex-presidente africano, Nelson Mandela, "A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo." Sendo assim, é visível que até os dias atuais, o legado, as tradições e costumes africanos ainda não são tratados com a importância que merecem dentro das salas de aula, causando uma falha relacionada a falta de conversas e discussões.

Ademais, é notório, o preconceito enraizado na sociedade brasileira, responsável pela propagação de estereótipos e invisibilizando o real valor das raízes africanas para o país. Sob essa ótica, conforme o ativista Martin Luther King, "A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça a justiça em todo lugar." Desse modo, é correto afirmar que o corpo social brasileiro está cometendo uma grande injustiça quando não reconhecem sua própria história e não zelam pelas culturas africanas e afro-brasileiras.

Depreende-se, portanto, a adoção de medidas que venham amenizar os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Para isso, cabe as escolas de todos os estados brasileiros, promoverem debates no campo escolar, por meio de palestras com especialistas, a fim de fazer os jovens e as crianças entenderam o quanto é importante conhecer e valorizar as técnicas, as tradições e a cultura africana como um todo. Somente assim, a problemática será acentuada, solucionada e uma sociedade mais próxima da obra "Utopia" será consolidada.