Na obra "O Cidadão de Papel", o jornalista Gilberto Dimenstein critica o sistema de leis do Brasil, que apesar da boa elaboração, carece de efetividade na prática. Sob esse viés, a crítica da obra sobredita se aplica no contexto nacional quanto aos desafios para a valorização da herança africana no Brasil, destacando que é um problema a ser solucionado. O impasse de tais desafios se dá a partir do descaso governamental e da desigualdade social.
Em primeiro lugar, vale ressaltar que a negligência governamental é um dos fatores responsáveis pela desvalorização da herança africana. Em tal teoria, o estado é o responsável pela falta de informação e palestras que foquem na cultura afro-brasileira e em personalidades negras no país. Essa falta de informação acarreta no preconceito cultural e racial e na desvalorização não só da cultura africana, mas também da cultura brasileira, considerando a grande importâncias que os africanos têm na história do Brasil.
Hannah Arendt afirma "O essencial dos direitos humanos é o direito a ter direitos", mas que não acorre devidamente na sociedade brasileira observando as desigualdades sociais. Os africanos e negros são alvos de desprezo e desvalorização em seus cotidianos, algo que tem raízes históricas e preconceitos sociais. Os africanos fazem grande parte da população pobre do país, o que dificulta de suas vozes serem ouvidas em questões sociais e políticas. Isso, certamente, perpétua a desvalorização de sua herança cultural.
Urge, portanto, a necessidade do governo junto ao ministério da Cultura, implementar campanhas de conscientização e apoio aos africanos, assim como, criar incentivos fiscais e aumentar punições relacionadas à prática do preconceito. Assim, com ações mais conscientes e coletivas, pode-se construir um futuro justo e inclusivo.