A cultura africana no Brasil teve um início marcado por dor e sofrimento, afinal ela começa com a escravidão no país. Com a assinatura da abolição a mesma começa a seu mais difundida da sociedade, ainda que, com olhares preconceituosos dos que antes se diziam seus “donos”. Assim, debater medidas para a valorização da herança da cultura africana no país é de extrema importância.

O que acontece no passado fica no passado, entretanto as cicatrizes estão sempre presentes para que a história não seja esquecida. Rappers como Emicida e Fabio Brazza evidenciam os resquícios de um preconceito velado que permeia os tempos contemporâneos. Hoje, por mais que exista um respeito e um entendimento maior, ainda sim existem muitas barreiras impostas pela sociedade à cultura africana no país. É como Brazza traz em uma de suas letras “[...] fica fácil assim, se os caras que são confundidos com bandidos nunca são iguais a mim [...]”.

Corroborando o preconceito já existente, há o agravante da sociedade atual estar cada vez mais individualista. Zygmunt Bauman vai trazer o conceito de modernidade líquida para explorar o fato de que a população esta cada vez menos empática, uma geração que vê tudo e todos como descartáveis. Isso torna mais difícil ainda a propagação de outras culturas no país. Assim, se faz necessário o combate a mentalidade individualista e paralelo com medidas para a valorização cultural afrodescendente.

Fica evidente, portanto, que estabelecer planos e estratégias para a valorização da cultura africana no Brasil ainda é um grande desafio. Problemas como o preconceito velado e a falta de empatia das gerações atuais agravam ainda mais o cenário. Assim, estabelecer medidas de divulgação, principalmente por meio da arte, e fomentar a conscientização e respeito mútuo são um bom início para resolver a situação. Só assim, abrindo as mentes engessada de uma geração que vive em sua própria bolha, é que será possível de fato a valorização da cultura africana no país.