Chimamanda Adichie afirma que a mudança do "status quo" - o estado das coisas - é sempre penosa. Nessa perspectiva, percebe-se tal dificuldade de mudança para a valorização da herança africana no Brasil, visto que não se falava na escola sobre temas como a história e a cultura afro-brasileira. Dessa forma, em razão do silenciamento e da lacuna educacional, emergem um problema complexo que precisa ser revertido.
Nesse cenário, é preciso salientar que a falta de discursos é uma causa latente do problema. Segundo Michael Foucault, na sociedade pós-moderna muitos temas são silenciados para que estruturas de poder sejam mantidas. Diante disso, verifica-se uma lacuna em torno dos desafios para a valorização da herança africana no país. O que contribui com o aumento da falta de conhecimento da população sobre a questão, tornando sua resolução mais dificultada.
Ademais, outra causa para a configuração do problema é a má formação escolar. De acordo com o filósofo Emmanuel Kant, o ser humano é resultado da educação que teve. Sob essa lógica, se há um problema social, há como base uma lacuna educacional. No que tange aos desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Verifica-se uma forte influência dessa causa, uma vez que a escola não tem cumprindo seu papel no sentido de reverter e prevenir o problema, visto que não tem trazido esses conteúdos para a sala de aula.
Portanto, uma intervenção faz-se necessária. Para isso, é preciso que as escolas, em parceria com a prefeitura, promovam um espaço para rodas de conversas e debates sobre a questão no ambiente escolar. Tais eventos podem ocorrer no período do contraturno, contando com a presença de professores e especialistas no assunto. Além disso esses eventos devem ser abertos à comunidade, a fim de que mais pessoas compreendam a importância da valorização da herança africana no Brasil. E se tornem cidadãos atuantes na busca de resoluções. A partir dessas informações, poderá se consolidar um Brasil melhor.