No período de colonização do Brasil, os colonizadores portugueses acreditavam na superioridade do povo europeu e, por isso, forçaram os escravizados africanos a reprimirem a própria identidade cultural. Mesmo após a abolição da escravidão, a nação brasileira apresenta a desvalorização da herança africana. Sob essa perspectiva, a problemática é causada pela lacuna educacional e pelo descaso das produções televisivas.
Diante desse cenário, a visão eurocêntrica da história ensinada nas escolas é fator problematizador. Na malhação "Viva a Diferença", os colegas de Ellen, uma garota negra, não compreendem sua cultura familiar, pois o colégio não aborda a diversidade cultural. Sob essa ótica, as instituições de ensinado país reduzem a história das pessoas negras somente à escravidão ao não abordarem as tradições e costumes étnicos. Dessa forma, as crianças não aprendem sobre a identidade cultural da África e se tornam cidadãos alheios às diferenças socioculturais. Consequentemente, ocorre a desvalorização da herança africana no Brasil.
Além disso, o descaso das produções televisivas assevera o problema. O programa Zorra Total representava pessoas negras de maneira estereotipada e satirizada. Nesse sentido, muitas obras foram produzidas sob os ideais etnocêntricos do que é culturalmente aceito, ou seja, se tornou comum a transformação da cultura africana em alívio cômico. Dessa maneira, o público atingido absorve e propaga preconceito, perpetuando a desvalorização do legado transmitido da África para o país.
Portanto, para combater a problemática, são necessárias medidas de intervenção. Logo, o Ministério da Educação, responsável pelo ensino de qualidade, deve aumentar o conteúdo nas aulas de história, por meio da inserção das tradições e costumes africanos nos livros didáticos, além de propagar obras literárias voltadas a esse tema, com o fito de ampliar o conhecimento dos alunos e valorizar esse legado passada a cada geração. Ademais, o Ministério da Cultura deve divulgar a importância da história negra, mediante postagens nas redes sociais, a exemplo de vídeos curtos sobre os conhecimentos e curiosidades acerca dessa cultura. Assim, a herança africana será valorizada no Brasil e o país se afastará das cicatrizes deixadas pela colonização.