Como destaca o clássico da literatura nacional "Casa Grande e Senzala", a identidade do povo brasileiro se formou principalmente pela cultura dos povos indígenas e dos escravos africanos trazidos pelos portugueses, mas desde a "descoberta" do Brasil, as mesmas foram alvos de preconceito e menosprezadas de modo que a cultura europeia fosse vista como superior, e essa visão foi sendo passada por gerações, implicando até os dias de hoje em desafios para a valorização da herança africana no país.
Movidos por preconceitos com base na cor e etnia, os europeus escravocratas que vieram ao Brasil após o "descobrimento" e colonização deste, principalmente os portugueses, portavam uma visão eurocentrista, onde julgavam a sua cultura e costumes superiores em detrimento das demais, principalmente a africana. Logo, o preconceito também se estendeu aos costumes, vestimentas e religiões e continuaram pelas gerações futuras, que continuaram a "jogar embaixo do tapete" e mascarar figuras e momentos do nosso país que pudessem promover uma maior visibilidade à herança africana.
Atualmente, podemos perceber como tantos séculos de menosprezo à cultura do povo originário da África e trazidos para nossa nação continua a influenciar a opinião pública e a disseminação do preconceito ao analisar os constantes casos de violência contra praticantes de religião de matrizes africanas e o bullying e "chacotas" com pessoas negras que escolhem por manter em seu visual vestimentas e acessórios tradicionais e cabelos crespos e volumosos, sendo injustamente vistos como inferiores e fora do padrão.
Portanto, é necessário que o governo forneça palestras educativas em escolas e universidades para promover uma maior visibilidade e sentimento de orgulho pela herança africana, para que ela possa, enfim, após tantos séculos, ganhar o devido valor após tanto contribuir para a formação e desenvolvimento da identidade de nosso país, já que o Brasil não seria Brasil sem a herança africana.