A filósofa contemporânea Hannah Arendt constata, por meio do conceito denominado "Banalidade do Mal", a tendência existente nas sociedades no que tange à naturalização das mazelas presentes na coletividade. Tal conceito está inserido na realidade brasileira atual, devido aos desafios para a valorização da herança africana no Brasil, que são consequências diretas da má formação sociocultural e da invisibilidade do assunto.

Primeiramente, a má formação sociocultural é um dos principais fatores que dificultam a valorização da herança africana no Brasil. De acordo com o educador Paulo Freire, "se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda". Sob esse viés, é notório que a educação brasileira está voltada para um método de ensino tradicionalista e eurocêntrico, desvalorizando a diversidade cultural. Dessa forma, a dificuldade retratada não consegue ser superada.

Além disso, a invisibilidade do assunto também contribui com os desafios para a a valorização da história africana. Para Djamila Ribeiro, expoente socióloga brasileira, é necessário retirar um problema do seu estado de invisibilidade para que ele possa ser solucionado. Com base nisso, percebe-se que as culturas africanas e afro-brasileiras são pouco retratadas, alcançando visões estereotipadas sobre elas. Dessa forma, cabe ao Estado solucionar o problema.

Portanto, vale ressaltar que os obstáculos para valorizar a história africana devem ser superados pelo Ministério de Educação, por intermédio de palestras semanais nas escolas, voltando-se para a representação devida das histórias africanas, a fim de romper com o ensino eurocêntrico no Brasil. Ademais, cabe ao Ministério de Cultura apresentar as visibilidades necessárias para a história africana por meio de eventos culturais, como peças teatrais. Assim, o conceito de Arendt será alcançado.