A Constituição Federal de 1988 afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros o acesso ao estudo e valorização de diversas culturas, incluindo a negra. No entanto, percebe-se uma falha na garantia desse direito, o que, além de grave, torna-se um problema inconstitucional. Nesse sentido, em uma análise profunda, podemos apontar como fatores preponderantes para a existência desse fato o preconceito praticado e a falta de educadores especializados no assunto. Portanto, é preciso que medidas sejam tomadas para alterar essa situação que compromete o bem-estar da nossa sociedade.

Convém ressaltar, a princípio, que o julgamento feito pelas pessoas é um fator determinante para a persistência do problema. Essa realidade ecoa a tese presente no livro Cidadão de Papel, de Gilberto Dimenstein, escritor e jornalista brasileiro, pois, segundo a obra, no Brasil as leis existem, mas não são efetuadas na prática, principalmente no que tange aos direitos das minorias e dos mais frágeis. Sob essa perspectiva, o direito ao conhecimento dentro de instituições é claramente desrespeitado, embora esteja garantido no nosso maior ordenamento jurídico, haja vista que o racismo feito por algumas alas sociais não é combatido fortemente, sem ter leis rígidas para punir aqueles que a desrespeitarem.Nesse sentido, essa situação colabora para que ocorra diversos casos de intolerância. Como consequência, a herança negra não será bem vista pela sociedade.

Além disso, cabe pontuar que a ausência de professores que abordem o assunto é um forte empecilho para a resolução do impasse. Esse fenômeno destoa da ideia do Imperativo Categórico elaborada por Immanuel Kant, filósofo prussiano, segundo a qual os indivíduos devem ser tratados não como coisas que possuem valor, mas como pessoas que têm dignidade. Nesse sentido, a escassez de profissionais que incentivem a valorização da pessoa negra é um flagrante desrespeito à condição de dignidade do brasileiro, haja vista que foram os povos africanos que contribuiram para grande parte da identidade brasileira,seja pelo trabalho honesto, cultura ou tradição.Por fim, isso gera a diminuição de conhecimento da população em relação a este povo.

Evidencia-se, portanto, que a intolerância direcionada à negritude é um obstáculo para a consolidação de uma nação justa. Por conseguinte, cabe ao Governo Federal realizar palestras, por meio do Ministério da Igualdade Racial a fim de que as pessoas tenham plena consciência da grandiosidade desse povo,e vê-los igualitariamente. Além disso, é fundamental que o Estado invista na criação de bolsas de estudo, através do Ministério da Educação, com o objetivo de capacitar pessoas sobre o assunto. Feito isso, a sociedade brasileira verá o direito ao conhecimento sobre nossas origens garantido pela Constituição como uma realidade.