A Constituição Federal de 1988, documento jurídico mais importante do país, prevê em seu seu artigo 5° igualdade perante a lei. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase, na prática, quando se observa os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro.
Em uma primeira análise, cabe ressaltar a ausência de medidas governamentais para proporcionar a valorização da herança africana. Nesse sentido, é possível perceber que as atividades culturais e religiosas africanas, como rodas de capoeira e terreiros religiosos ainda são vistos como problemas pela sociedade branca, podendo gerar situações de preconceito e intolerância religiosa. Essa conjuntura, segundo as ideias do filósofo John Locke, configura-se como uma violação do contrato social, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como a igualdade.
Ademais é fundamental apontar a desvalorização dos grandes ídolos negros como impulsionador da dificuldade dessa desvalorização. O Globo Repórter exibiu no dia 01 do 11 de 2024 uma reportagem sobre Machado de Assis, um escritor negro que foi um dos maiores do Brasil e como sua história pode inspirar jovens negros. Entretanto, nas escolas, a história africana é resumida a escravização e ídolos como Machado de Assis não são vistos com frequência.
Compreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Educação promova palestras nas escolas, a fim de exaltar os movimentos religiosos e culturais afro-brasileiros e seus grandes ídolos como Machado de Assis. Assim, crianças negras se sentiram representadas e as outras compreenderam a cultura africana, compartilhando com seus responsáveis, deste modo, a cultura africana começará a ser valorizada e respeitada.