Na obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas", do célebre escritor brasileiro Machado de Assis, o protagonista narra a vida com indiferença e desprezo por questões que afligem a sociedade focando-se apenas em interesses e prazeres próprios. Para além do cenário fictício, esse romance exemplifica um fenômeno recorrente na conjuntura hodierna, sobretudo quando se refere aos desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Esse panorama, decorre devido ao estigma histórico e a desvalorização cultural.

Nesse contexto, é válido ressaltar o estigma histórico como um agravante dos desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Sob a ótica do líder dos direitos civis Martin Luther King Jr., A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar. Nesse prisma, A falta de igualdade de garantias equitativas para a cultura de matriz africana é majoritariamente negligenciada, já que é marginalizada aos olhos estatais, contribuindo para ser descaso em meio ao quadro nacional, ratificando o preconceito cultural e o estereótipo racial. Assim, as mazelas culturais permanecem no cenário atual, não sendo minimizadas pelo poder público. Dessa forma, é indubitável a mudança desse conflituoso cenário.

Ademais, É lícito analisar a desvalorização cultural como um fator primordial sobre os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Nesse ponto, segundo a filósofa Djamila
Ribeiro, a inação contribui para a perpetuação da opressão. Analogamente, nota-se que a carta magna é falha em seu dever continuando, inativa ao desapego cultural, pois minimiza práticas para sua erradicação, como estudos a fundo da herança de povos afrodescendentes e seus costumes. Por conseguinte, tornando mais ponderante os tabus sociais e contribuindo para o quadro de exclusão cultural. Logo, enquanto medidas não forem tomadas, o problema persiste no âmbito nacional.

Portanto, medidas são necessárias para erradicar os desafios para a valorização da herança africana no Brasil, para tanto cabe ao Governo Federal, poder vigente em território nacional, realizar palestras e eventos sobre a cultura negra
europeia e suas comunidades e tradições, por meio de investimentos no âmbito habitacional, religioso e midiático dos costumes deixados geração em geração desses povos, tirando-os da invisibilidade, com o fito de valorizar sua cultura e reduzir a desigualdade cultural de povos de matriz africana.