"Utopia", a famosa obra do escritor britânico Thomas More, retrata uma sociedade perfeita, livre de mazelas sociais. Realidade essa adversa a encontrada no Brasil. Pois mesmo sendo um país onde o sangue de africanos que foram arrancados de seu país de origem, para passarem por açoites inimagináveis foi base econômica por anos, são encontrados muitos desafios para manter a herança Africana viva no Brasil. Seja pelo preconceito por parte de indivíduos com DNA escravocrata ou pela negligência governamental histórica.
Em um país laico e tão etinicamente diverso, e onde o quinto artigo de sua constituição alega que todos são iguais perante a lei, não deveria ser tolerado o fato de um indivíduo ser morto ou lesado simplesmente pelo tom de sua pele, por estar com adornos religiosos publicamente, ou ter seu local para exercer sua prática religiosa incendiado por marginais preconceituosos. É inaceitável que após tantos avanços, em certas empresas funcionários são demitidos simplesmente por estar com seu cabelo trançado, um símbolo da resistência de afro- descendentes.
Ao afirmar em uma de suas músicas que "a abolição aqui só aconteceu nos livros de história", o cantor Nego Max faz uma crítica ao sistema racista implantado no Brasil a décadas, mesmo após a abolição em 1888. Muitos ativistas negros lutam diariamente para tentar eliminar de vez o preconceito racial do Brasil, mas muitos acabam sendo silenciados, tanto pela mídia quanto por governantes que não querem ser contestados. Como a vereadora Mariele Franco, morta em 2016 com diversos tiros. Uma das causas pela qual ela lutava era justamente o fim da violência contra pessoas negras.
É de suma relevância para a evolução social no Brasil, que haja um trabalho conjunto entre governo e ministério de segurança pública para punir com maior rigor aqueles que cometerem crimes de ódio contra alguém por razoes culturais, religiosas ou étnicas. Djamila Ribeiro afirma que "o primeiro passo para resolver um problema, é tirá-lo do Anonimato. em um país onde morre um negro a cada 23 minutos, é crucial que haja mais visibilidade na mídia e seriedade ao tratar desse assunto.