Sob a perceptiva do escritor e político Darcy Ribeiro, “A coisa mais importante para os brasileiros é inventar o Brasil que nós queremos”. No entanto, esse pensamento ainda não foi convertido em realidade, uma vez que existem impasses a serem superados, como os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Assim, observa-se a necessidade de discutir sobre os alicerces que sustentam esse revés, com foco na falha na lacuna educacional e na invisibilidade.

Em primeira análise, depreende-se que a falha na lacuna educacional é um fator que potencializa a desvalorização da cultura africana. Acerca disso, para o pensador Paulo Freire, é importante que a escola abandone a metodologia exclusivamente conteudista e desenvolva a curiosidade dos alunos. Sob essa ótica, a população brasileira é a mais afetada por esse descaso com a herança africana presente no Brasil, visto que no ambiente escolar, que se dedica somente ao conteudismo, não é abordado na grade curricular tópicos como a história e a cultura afro-brasileira, negando aos cidadãos conhecerem a sua identidade deixada pelo povo africano. Como desfecho disso, a escola deve trazer esse assunto para sala de aula para que os alunos tenham conhecimento do legado que foi deixado no Brasil.

Em segunda análise, a invisibilidade também é um forte empecilho que contribui com a problemática. Sendo assim, a escritora Djamila Ribeiro, afirma que para atuar em uma realidade, deve-se, antes de tudo, tira-lá da invisibilidade. Sob essa perspectiva, a desvalorização decorrente da invisibilidade afeta a herança cultural que foi passada de geração em geração, uma vez que parcela da população não conhece os costumes, cresças e tradições que foram deixados pelos antepassados. Como consequência disso, grandes nomes que marcaram e foram protagonistas no Brasil, como Carolina Maria de Jesus e Luiz Gama, não recebem o reconhecimento que merecem. Diante do exposto, é inadmissível que esse cenário de desvalorização continue na sociedade brasileira.

Em suma, é essencial adotar medidas para combater o contratempo. Logo, cabe ao Ministério da Educação, órgão responsável por garantir o ensino aos brasileiros, assegurar aulas que abordem a história afro-brasileira, isso poderá acontecer por meio da destinação de verbas governamentais para materiais teóricos e passeios, com o intuito de revelar aos alunos o legado africano presente no Brasil. Somente assim, será possível tornar em realidade a visão de Darcy Ribeiro em âmbito nacional.