Na obra "A República", o filósofo grego Platão idealiza uma cidade livre de conflitos e problemas, em que o povo trabalha em conjunto para superar todos os obstáculos. No entanto, fora da ilustre produção literária, com ênfase na sociedade brasileira hodierna, percebe-se o oposto dos ideais de Platão, visto que os desafios para a valorização da herança africana , no Brasil, representa um estorvo de grandes proporções. Assim, é notório que esse cenário antagônico é fruto tanto da inoperância estatal quanto da falta de debates acerca da problemática.
A princípio, é importante mencionar a inoperância do Estado como fator determinante para a permanência dessa questão no país. Sob esse viés, segundo o Contrato Social, proferido pelo filósofo John Locke, cabe ao Estado fornecer medidas que garantam o bem-estar social, entretanto, essa não é a realidade brasileira. Desse modo, essa insuficiência do aparato institucional se configura como uma falha grotesca da função do Estado com o Contrato Lockeano. Por conseguinte, uma grande parcela da população fica à margem da sociedade, assumindo para si a situação de subcidadania, por ter o direito à valorização, assegurado pela Carta Magna, deturpado. Logo, é essencial que o Contrato Social seja cumprido, a partir de medidas governamentais.
Ademais, convém ressaltar que a valorização da herança africana é pouco debatida. De acordo com o filósofo Johann Goethe, "Nada no mundo é mais assustador que a ignorância em ação". Nesse sentido, é de extrema importância que a sociedade busque se informar e debater a respeito do tema, visto que sem diálogo sério e massivo sobre esse problema, sua resolução é quase utópica. Dessa maneira, é visível que a ignorância humana em não expor a adversidade em sociedade compromete a solução da problemática.
Portanto, medidas são necessárias para resolver essa situação. Para isso, o Governo Federal, como instância máxima da administração executiva, deve, modernizar a estrutura administrativa eliminando cargos redundantes e garantindo que os recursos sejam direcionados para áreas essenciais, e também, por meio de uma parceria com o Ministério da Educação, promover palestras ministradas por especialistas sobre a importância do debate em questão dos desafios para a valorização da herança africana no Brasil e expor a importância dessa ação, com o intuito de promover a erradicação desse problema. Dessa maneira, as convicções do filósofo Platão serão atingidas.