A obra "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, retrata a história de uma família de matriz africana que vive no sertão nordestino, usufruindo de uma vida precária e com muitas dificuldades, tendo de passar pela pobreza, fome e menosprezo, tanto de sua raça quanto de sua cultura. O cenário brasileiro na contemporaneidade não se encontra diferente, visto que desafios para a valorização da herança africana no Brasil ainda criam barreiras que impedem a existência de um corpo social harmônico. Obstáculos como a desvalorização das raízes africanas e o preconceito nas mídias afetam significativamente o progresso do país nesse quesito. Portanto, é crucial entender as causas desses problemas.
Precipuamente, é necessário relembrar que o Brasil é um país extremamente miscigenado, o que significa que pelo menos uma parcela da população brasileira possui ascendentes de origem africana. Entretanto, como disse o físico Isaac Newton, "é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito". Dito isso, apesar do Brasil ser um dos países com mais miscigenação do planeta, seu povo ainda vangloria majoritariamente o sangue europeu, os colonizadores portugueses, os brancos da alta classe. A persistência do menosprezo para com a raiz afro-brasileira tende a diminuir ainda mais o orgulho da própria linhagem.
Ademais, é imperativo ressaltar que o preconceito nas mídias também atrasa o ato de amenizar os empasses evidenciados. Nas redes, pesquisas de um estudo realizado por Preta Pariu puderam comprovar que pessoas negras influenciadoras possuem menor repercussão e visibilidade do que influenciadores brancos, mesmo possuindo conteúdo semelhante. Esses dados vêm para ressaltar o preconceito e o viés racial na sociedade contemporânea, que acaba por estigmatizar ainda mais a desigualdade racial no Brasil. Afinal, desde os princípios da humanidade, ser de uma etnia que não branca gera motivo para a exclusão de um indivíduo. Este fator faz com que pessoas de descendência africana sintam-se inferiores, o que também ocasiona problemas emocionais.
Desarte é imprescindível a efetivação de maneiras exequíveis desses problemas para o bom funcionamento da sociedade. É mister que o corpo estatal atenha-se a ações necessárias, como a realização de campanhas de conscientização nas escolas e municípios do país, a fim de propagar informações sobre a importância da miscigenação e das diferentes etnias em solo brasileiro. Com estas atitudes, os desafios para a valorização da herança africana no Brasil se atenuará.