Conforme o filósofo Michel Foucault, a sociedade tende a tratar como tabu assuntos desconfortáveis, e isso contribui para a persistência dos mesmos. Sob o viés dessa citação, pode - se relacionar os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Tal problemática tem como principais agravantes a negligência governamental e o preconceito cultural.
Primeiramente, faz-se necessário citar o pré julgo cultural como intensificador do assunto abordado. Segundo o estudioso Albert Einstein, é mais fácil desmaterializar um átomo que um preconceito. Ao analisar a frase do físico, é possível observar a relação com a falta de visibilidade do legado de crenças afrodescendentes, visto que, no Brasil, os costumes e religiões desses povos, como o candomblé, são relacionados a coisas ruins e malignas. O julgamento prévio da população brasiliense a respeito da comunidade dos africanos causa distanciamento, e isso, por sua vez, faz com que a desvalorização das culturas trazidas da África persistam na realidade brasileira. Dessa forma, é fulcral tornar perecível o conceito antecipado.
Ademais, é crucial mencionar a negligência governamental como contribuinte para o problema apresentado. De acordo com o jornalista brasileiro Gilberto Dimenstein, cidadão de papel é todo aquele que tem direitos na teoria, mas não os usufrui na prática. A Constituição redigida em 1988, considera como direito de todo e qualquer habitante nacional ter acesso a cultura, porém, essa lei não é veementemente cumprida, uma vez que, algumas tradições, como a afro-brasileira, não tem grande visibilidade ou não são facilmente acessíveis no país. Sendo assim, o estado é negligente no ponto em que garante o benefício, mas não o coloca em prática. Dessa maneira, é indispensável acabar com a irresponsabilidade estatal.
Portanto, é dever do Governo Federal, instância responsável por todo território nacional, criar ações que coloquem a lei em prática. Isto é, por meio de projetos, como palestras nas escolas, a fim de acabar com a inoperância dos poderes governamentais. Em segundo ponto, devem ser financiadas campanhas, através de vias midiáticas como emissoras de televisão, que valorizem a herança advinda da África. Desse modo, a fala de Michel Foucault não fará parte da sociedade verde - amarelo.