O escritor Lima Barreto teve a sua ancestralidade africana apagada pela história e teve seus feitos como autor desconhecidos por ser negro. No atual contexto brasileiro, percebe-se que a população tem dificuldades em valorizar a cultura africana e em reconhecer figuras como Lima Barreto. Nota-se que os desafios a serem superados estão ligados ao racismo na sociedade e nas escolas.
Indubitavelmente, percebe-se que o racismo na sociedade é uma questão que contribui com a desvalorização da herança africana. Convém lembrar que, para o psiquiatra Frantz Fanon, o processo de colonização desumaniza os negros. Visto isso, no contexto brasileiro, o homem branco escravizou o africano de maneira violenta, o que fez com que muitos negros tivessem suas identidades e cultura silenciadas. Nesse sentido, é comum que muitos cidadãos vejam representações negras de modo negativo, porque o racismo moldou a mentalidade brasileira.
Ademais, vale salientar que existe pouco esforço das escolas para preservar a africanidade. Sob esse viés, o pensador Pierre Bourdieu observa que nas escolas tradicionais, as ideias vindas da elite são mais transmitidas aos alunos. Sendo assim, isso contribui para indivíduos sem criticidade e distanciados de sua ancestralidade. Desse modo, muitas crianças negras não compreendem as tradições e legados africanos, já que esses conhecimentos são negligenciados.
Portanto, para que a problemática seja contornada, algumas medidas devem ser tomadas. Cabe ao Ministério da Educação informar as pessoas por meio de palestras, que ocorrerão em escolas públicas, sobre a importância de valorizar a herança africana, a fim de repassar aos cidadãos os grandes feitos e lutas dos africanos. Cabe também ao Ministério da Educação informar as crianças em idade escolar por meio de cartilhas educativas sobre as representatividades africanas do Brasil, visando criar indivíduos mais educados. Assim, seguindo as medidas, a realidade se distanciará do que Lima Barreto sofreu e a herança africana será mais valorizada no Brasil.