A Constituição Federal de 1988, norma de maior hierarquia do sistema jurídico brasileiro, em seu artigo 3º, assegura o desenvolvimento nacional. No entanto, quando se observa os desafios para a valorização da herança africana no Brasil, percebe-se que tal prática está longe de ser consumada. Logo, surgem como causas a desigualdade social e a negligência governamental.

Nessa perspectiva, pontua-se a disparidade econômica como influente no revés. A esse respeito, o escritor Ariano Suassuna, defende a existência de uma injustiça secular capaz de dividir a nação brasiliana em duas vertentes: as dos favorecidos e a dos despossuídos. Sob essa lógica, o grupo dos despossuídos não é detentor do poder aquisitivo que permita o acesso a materiais que contenham informações referente a cultura afro-brasileira, o que por fim, ocasiona no desconhecimento dessas pessoas sobre suas origens e etnia, assim prevalecendo o racismo enraizado e estrutural nos seus espaços de convivência, como a comunidade e a escola. Dessa forma, necessitam-se de meios que amenizem a situação da população vitima dessa problemática.

Além disso, evidencia-se a omissão governamental como agente causador do problema. A título de exemplo, Émile Durkheim, renomado sociológico francês, afirma que é dever do estado gerenciar questões relacionadas ao progresso coletivo. A máxima do intelectual, todavia, destoa da realidade, fato que se materializa na quantidade irrisória especialmente por parte do governo, de métodos que tenham o propósito de implementar conteúdos da cultura africana na Base Nacional Comum Curricular, e o fortalecimento de projetos que incentivem o aprendizado a essa temática no cotidiano escolar. Dessarte, enquanto a falha da máquina pública se mantiver em vigor, difícil será o enfrentamento desses entraves.

Portanto, é preciso atenuar os desafios concernentes a herança africana no país. Para tanto, cabe ao Governo Federal, na figura do Ministério da Educação, providenciar ações que ressaltem as identidades africanas, e a educação antirracista, por meio de acompanhamentos didáticos, palestras, a fim de valorizar esse tema. (n lembro se era tema msm) Com efeito, espera-se a consolidação do desenvolvimento nacional elencado pela Magna Carta de 1988.