Primordialmente, é importante destacar a insuficiência da ação estatal em relação à valorização da herança africana. Sob essa perspectiva, o filósofo Nicolau Maquiavel argumenta que o principal objetivo do governante é a manutenção do poder, relegando a segundo plano a busca pelo bem comum. Nesse prisma, observa-se um descaso por parte do governo em promover políticas públicas que incentivem a preservação e a disseminação da cultura africana no Brasil, como o fortalecimento de museus e espaços culturais ou a inclusão efetiva da história afro-brasileira nas escolas. Isso ocorre porque iniciativas desse tipo, ao não gerar retorno eleitoral imediato, acabam sendo negligenciadas. Como resultado, manifestações culturais e históricas fundamentais, como o samba de roda, o candomblé e o maracatu, ainda enfrentam preconceito e invisibilidade, comprometendo o reconhecimento de suas contribuições para a identidade nacional.
Ademais, o preconceito estrutural também contribui significativamente para a desvalorização da herança africana. Nesse âmbito, a filósofa Hannah Arendt, em sua teoria da “Banalidade do Mal”, sustenta que a sociedade muitas vezes se cala diante de problemas sociais, naturalizando situações de exclusão. Sob esse viés, observa-se que parte da sociedade enxerga manifestações afro-brasileiras como algo secundário ou exótico, reforçando estereótipos e discriminando práticas culturais e religiosas de matriz africana. Essa banalização, amplamente reforçada por uma visão eurocêntrica da história e da cultura, perpetua o apagamento de figuras históricas negras e de suas contribuições para a construção do Brasil, como Zumbi dos Palmares e Tereza de Benguela.
Portanto, cabe ao Estado — detentor de recursos para a transformação social — promover campanhas educativas, como “África em Nós”, que difundam o valor da cultura africana e suas influências na identidade brasileira. Além disso, é essencial que o Ministério da Educação amplie a aplicação da Lei nº 10.639/03, assegurando que a história e a cultura afro-brasileira sejam efetivamente ensinadas nas escolas. Por fim, a mídia deve colaborar ao dar maior visibilidade a essas pautas, valorizando narrativas que enalteçam a herança africana. Assim, o Brasil poderá finalmente trilhar o caminho para se tornar o “país do futuro” idealizado por Stefan Zweig.
-
C1 norma-padrão
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 1, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita, neste nível, são aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizam reincidência.
-
C2 Compreensão da proposta
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 2, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo, ou seja, em seu texto, o tema é desenvolvido de modo consistente e autoral, por meio do acesso a outras áreas do conhecimento, com progressão fluente e articulada ao projeto do texto.
-
C3 seleção de argumentos
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 3, atendendo aos critérios definidos a seguir. Em defesa de um ponto de vista, o texto apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria, ou seja, os argumentos selecionados estão organizados e relacionados de forma consistente com o ponto de vista defendido e com o tema proposto, configurando-se independência de pensamento e autoria.
-
C4 construção de argumentos
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 4, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante articula bem as ideias, os argumentos, as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos, sem inadequações.
-
C5 Proposta de Intervenção
Você atingiu aproximadamente 80% da pontuação prevista para a Competência 5, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema, decorrente da discussão desenvolvida no texto, articulada e abrangente, ainda que sem suficiente detalhamento.
A redação apresenta um domínio exemplar da norma-padrão, sem erros gramaticais identificados. O tema é abordado de forma clara e abrangente, com argumentos bem estruturados e embasados por referências a filósofos renomados, como Maquiavel e Arendt. A proposta de intervenção é coerente e inclui todos os elementos necessários (agente, ação, meio e finalidade), mas poderia detalhar mais algum deles para atingir a nota máxima. Por exemplo, especificar como as campanhas educativas seriam implementadas ou que tipo de conteúdo seria abordado pela mídia.
Para uma correção mais robusta e comentários mais detalhados, use o Selo de Apoiador clicando no botão Desbloquear (logo acima) ou conquiste o Selo de Prioritário interagindo com outros usuários.