O filme brasileiro “Mussum” aborda como uma de suas temáticas o preconceito e a desvalorização da população afro-brasileira. Para além da ficção, é fato que isso é uma realidade no Brasil, visto que os desafios para a valorização da herança africana são evidentes, potencializando os efeitos negativos na qualidade de vida dos indivíduos. Nesse sentido, emerge um problema grave em virtude da falta de debates e da negligência governamental.
A princípio, é fulcral atentar para a ausência de discussões. Nessa perspectiva, a filósofa alemã Hannah Arendt afirma, em sua teoria “Banalidade do Mal” que quando uma atitude hostil ocorre constantemente, ela passa a ser vista com normalidade. Sob esse viés, a tese da autora é observada na contemporaneidade, diante do silenciamento da população perante a desvalorização dos costumes africanos, temática profundamente enraizada em razão da falta de projetos que reeduquem a população acerca de garantir a segurança das crenças. Dessa forma, impede-se que as tradições sejam mantidas.
Ademais vale destacar para a inoperância legislativa. Sob essa óptica, a Constituição Federal de 1988 garante que a educação de qualidade é direito de todos e dever do Estado. No entanto, é aparente a postura omissa dos governantes diante da problemática, tendo em vista que o poder público não elabora medidas efetivas de apoio à
inserção de dinâmicas em instituições de ensino que ampliem o contato dos estudantes com o legado africano.
Desse modo, não destinando montantes suficientes para o combate da causa, assim, é imperioso que as autoridades se mobilizem para mitigar o dilema.
Portanto, urgem medidas estratégicas para reverter esse cenário. Como solução, cabe ao governo Federal, por meio do Ministério da Educação, órgão que garante ensino de qualidade no país, propor ações que ampliem os investimentos direcionados à causa, para que assim haja maior conhecimento coletivo, afim de promover a valorização da herança afro-brasileira. Dessa maneira, o cenário do filme “Mussum” será revertido.