A Constituição Federal de 1988 -legislação de maior vigência do sistema judiciário brasileiro- promulga a laicidade do Estado, assegurando a valorização de todas as religiões, sem exceção. Porém é perceptível que isso não é aplicado, pois religiões de matrizes africanas encontram dificuldades na sua valorozação; problema este resultante da ineficácia estatal.
Acerca dessa lógica, é notório visualizar a falta da promoção de contato da população com a herança africana -legado de crenças, costumes e tradições- dentro do meio social. Jean Paul Satre desenvolveu um conceito denominado "questões silenciadas" -temas não tratados e silenciados do campo de discussão- a cultura africana é um tema silenciado pois há uma precariezação na falta de ensino sobre a religião citada, matriz africana, em escolas de educação fundamental e médio, levando ao preconceito pelo desconhecimento da mesma.
Com isso, podemos destacar uma falha dentro do sistema educacional. Marilena Chaui -filósofa brasileira- ressalta em um dos pontos de sua tese de que a ideologia, tende a buscar massificar a mente da sociedade. Aplicando a esse tema, a ideologia educacional procura padronizar a religiosidade brasileira, destratando a matriz africana, frutos de políticas públicas ineficazes.
Destarte, para enfim alcançarmos a igualdade cultural e a valorização da cultura africana, prevista em nossa Carta Magna, é necessário que o Estado promova o contato com essa matriz desde o ensino fundamental, renovando o sistema educacional brasileiro, com políticas de inclusão , e contra o preconceito , através de campanhas de conscientização sobre o tema.