O lema positivista "Ordem e Progresso" foi adaptado por Raimundo Teixeiras não somente para a bandeira nacional, mas também para a nação que no contexto hodierno deixa a desejar, haja vista que não é dado reconhecimento ao valor das heranças dos africanos no Brasil. Por causa do desprezo da história, que gera falta de conhecimento e do preconceito com esses povos, os brasileiros retrocedem a ideia de ordem e progresso.
Sob esta óptica, é inquestionável como a população vem gradualmente desvalorizando a história de sua própria pátria. Visto que, não há mais interesse em ter o conhecimento sobre seus antepassados e sobre a pluralidade de culturas que regem este país, sendo uma delas a cultura africana. Isso acarreta em uma geração que não dará valor a herança trazida pelos africanos, pois não reconhecem sua importância. Pouco é o tempo dedicado a esse assunto nas aulas de história e outras matérias nas escolas, nem em publicidades e redes sociais. Para ser valorizado é preciso ser conhecido. Segundo Djalma Ribeiro — é preciso tirarmos da invisibilidade problemas para quais queremos soluções. Igualmente, a desvalorização da cultura africana é um revés invisível, que precisa ser comentado para se conquistar a conscientização da sociedade, não sobre a existência, mas sobre a riqueza da herança em detalhes e assim seu valor.
Ademais, para que a herança africana seja valorizada, é necessária a diminuição do preconceito ainda existente na nação verde–amarela sobre tradições, vestimentas, músicas e principalmente crenças dessas pessoas que recorrentemente sofrem grande intolerância. No conceito "banalidade do mal" Hannah Arendt, explica que o mal não necessariamente é cometido por pessoas monstruosas, mas por pessoas comuns devido a sua apatia. Diante disso, a realidade é que, tal preconceito é algo de anos, muitas vezes hierárquico, já enraizado, e que com certeza a maioria das pessoas está acostumada, nem pensam, só agem, não se põe no lugar do outro e acabam oprimido e menosprezando pessoas e culturas. Terrível realidade deve ter fim, só e somente só a valorização das tradições africanas será possível quando a sociedade acolher e não julgar.
Mediante ao exposto, portanto, é indubitável a necessidade de intervir nos atuais desafios, para que sejam valorizados e reconhecidos as raízes africanas em nossa nação. Cabe ao Governo Federal através do Ministério da Educação juntamente com a Mídia, trabalhar em cima do problema com aulas específicas, livros didáticos, eletivas, semana africana, sarau, movimentações nas redes sociais, TV aberta, publicidades e palestras. Logo, fortalecendo a educação, e o conhecimento, quebrando tabus e incentivando aos cidadãos valorizarem a herança africana que faz parte da história do Brasil. Assim, o lema ordem e progresso de Teixeiras estará caminhando para a nossa realidade.