Segundo a Constituição Federal de 1988 - lei fundamental e suprema nacional - todos os cidadãos tem acesso legítimo à cultura. Em contrapartida, são encontrados desafios para a valorização da herança africana no Brasil, legado primordial da formação da cultura brasileira. Assim, é possível evidenciar a negligência governamental e a omissão social como agravantes da problemática.

Em primeiro plano, imprescindível destacar a ausência estatal perante o assunto, sendo responsável pela baixa destinação de verbas para fins culturais, bem como a carência da história africana na base curricular nacional. Concomitantemente, Djamila Ribeiro - pensadora brasileira - afirma que o primeiro passo para solucionar um problema é tirá-lo da invisibilidade, tornando-o, assim, importante no ponto de vista social e governamental. Dessa forma, é notório a falta de visibilidade da necessidade da valorização da herança africana no Brasil, tendo em vista que a problemática perdura sem a devida atenção e intervenção dos órgãos Públicos e Poderes competentes.

No mesmo viés, é importante salientar a omissão social pertinente no Brasil hodierno, tendo seus estigmas originados de raízes históricas e ainda presentes por meio do racismo estrutural como ataque aos povos responsáveis pela formação e identidade cultural nacional. A exemplo disso, o cantor brasileiro Djonga retrata em suas músicas a presença da cultura africana em sua própria vida e na sociedade como um todo, estando presentes na religião, alimentação em canções e em brincadeiras infantis. Contudo, mesmo essa herança sendo um pilar fundamental na história brasileira, o preconceito com os descendentes e seus legados permanece e deve ser abolido da sociedade.

Portando, tem em vista os desafios para a valorização da herança africana no Brasil, são necessárias medidas para mitigá-los. Dessarte, é de incumbência governamental agir por meio dos Ministérios da Educação e da Cultura a fim de reformular a base curricular nacional para dar a devida evidência aos legados históricos, além de conscientizar crianças e jovens sobre a história do país. Concomitantemente, a mídia deve se incumbir da divulgação cultural das raízes históricas, fornecendo mais informações sobre os elementos presentes no cotidiano e suas origens. Assim, através dessas intervenções, será possível garantir o acesso legítimo de todos os cidadãos à cultura do Brasil.