"Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da Nação", essa citação da música "Que País É Esse" da banda Legião Urbana ilustra de forma atemporal problemática dos desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Esse cenário, reflete uma realidade de negligência estatal que contribui para a perpetuação da desvalorização da cultura afro-brasileira.
Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, as "Instituições Zumbis" são aquelas que, embora existam, não desempenham adequadamente suas funções sociais. Assim, é evidente que a omissão governamental desempenha um papel central na não valorização da cultura negra. Uma vez que demonstra incapacidade de minimizar o problema. Com isso, direitos sociais são deixados de lado, mantendo a desigualdade racial viva no século XXI.
Sendo assim, é crucial que os deveres previstos na Constituição sejam plenamente efetivados, promovendo a equidade. Isso implica que, "iguais devem ser tratados de maneira igual, e desiguais de maneira desigual", princípio que o poder estatal tem tido dificuldades de implementar nas políticas públicas raciais e culturais, uma vez que a história e a cultura da população afro-brasileira continuam a ser desvalorizadas no cenário contemporâneo.
Para amenizar o impasse, é essencial desenvolver estratégias eficazes. Um caminho viável é a atuação conjunta de veículos de comunicação, como jornais, programas televisivos e plataformas digitais, em parceria com o Estado e com as escolas. Através de campanhas informativas, ensino e debates com especialistas, esses agentes podem conscientizar a população sobre a importância da valorização da cultura afro-brasileira, visando uma sociedade mais igualitária.