''Ama com orgulho, a terra em que naceste! Criança, não verás nenhum país como este''. O escritor Olavo Bilac metaforizou, por meio de trechos poéticos, o seu amor e admiração pela pátria, retrato do nacionalismo utópico daquele período. Ao transpor o sentimento do eu-lírico para a atualidade, verifica-se um distanciamento do ideário parnasiano, haja vista os problemas enfrentados para a valorização da herança africana no Brasil. Sendo assim, são suscitadores desse óbice: o descaso educacional, bem como a inércia midiática.
Em primeiro lugar, deve ser analisada a negligência educacional frente ao ensino da cultura africana nas instituições de ensino. Segundo Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, ''A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo''. Nesse contexto, nota-se a importância da educação como agente de mudança na sociedade. Diante disso, o compartilhamento de informações nas escolas sobre a herança que esses povos deixaram, é de extrema importância social e cultura para o país, visando a valorização do legado deixado por essas comunidades. Contudo, é verificado o apagamento ao longo dos anos, o que enfraquece a pluralidade cultural brasileira que foi se edificando com raízes africanas.
Sob esse viés, é de suma importância analisar inércia da mídia. De acordo com Steve Jobs, um dos fundadores da Apple, ''A tecnologia move o mundo''. Nesse sentido, é notória a influência dos meios de comunicações na sociedade, quando são utilizados de forma correta, podem trazer diversos benefícios. Ademais, as mídias sociais podem ser utilizadas para a divulgação das tradições africanas, com o objetivo de reconhecer toda a história vivenciada por esses povos no Brasil, também a resistência cultural ao longo dos séculos.
Faz-se necessário, portanto, que meios sejam criados para intervir nesse imbróglio. Logo, cabe ao Ministério da Educação - órgão responsável pelas políticas educacionais - que implemente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) matérias sobre a herança africana presente no país, visando o aprendizado das novas gerações para a valorização dessa cultura; as disciplinas seriam ministradas por profissionais da área. Outrossim, urge que o Ministério das Comunicações, produza campanhas por meio de comerciais lúdicos, com atores e atrizes famosos, para agradar a todas as faixas etárias. Somente assim, será possível enfrentar os desafios para a valorização da herança africana no Brasil.