A Constituição Federal do Brasil - Lei Maior no país - assegura os direitos constitucionais como inerente a todo cidadão brasileiro. Entretanto, a realidade brasileira destoa do que é previsto na lei, haja vista que a desvalorização da herança africana no Brasil ainda se apresenta como um desafio a ser enfrentado. Nesse sentido, é imperioso que se combatam a inépcia governamental e a inépcia social.
Diante desse cenário, é válido ressaltar que a ineficiência estatal é exposta, pois apesar de existir o direito a igualdade, é notório que o ele não é corretamente colocado em prática, uma vez que há persistência da falta da valorização da cultura africana. Dessa maneira, existe a omissão em tomar medidas para a solução e a conscientização no que se refere ao baixo reconhecimento do legado deixado pelo povo africano, resultando, assim, na banalização e na invisibilidade da população negra. À luz disso, os indivíduos prejudicados socialmente pela falta de assistência legislativa sofrem com a quebra do contrato social, o qual é a garantia, pelo Estado, do bem estar social a todos, segundo o filósofo John Locke.
É fundamental, ainda, destacar a inépcia social no Brasil, sobretudo a respeito da importância da visibilidade da cultura dos afro-brasileiros no Brasil. Sendo assim, segundo a literatura barrosiana, especificamente sobre a “teologia do traste”, é crucial que o indivíduo valorize as questões ignoradas pela comunidade, a fim de obter uma mudança no cenário social e, por conseguinte, um avanço da nação. No entanto, observa-se que a população brasileira se mostra negligente e ineficiente, ao não dar a devida relevância à valorização do patrimônio cultural da população negra, o que, por sua vez, impede a resolução da problemática, ocasionando a sua permanência e corroborando com a “teologia” do Manoel de Barros. Nesse viés, é imprescindível que a sociedade compreenda seu papel na resolução dos problemas sociais com o intuito de auxiliar a saná-los.
Urge, pois, que medidas para mitigar o problema sejam tomadas. Para isso, o Ministério da Educação em associação com os palestrantes qualificados devem implementar programas educacionais sobre a herança africana, além de desenvolver campanhas de conscientização nas redes sociais e em locais públicos destinadas à população, sobre a importância da valorização das contribuições do povo africano, por meio de verbas da União, proveniente do fundo rotativo previsto nos orçamentos anuais. Essa providência será tomada a fim de sensibilizar os cidadãos e conscientizá-los a dar valor à história e à herança dos afro-brasileiros na cultura do Brasil. Logo, os desafios referentes a essa problemática serão mitigados e os benefícios na lei deixarão de ser, em breve, apenas teoria.