John Locke, filósofo inglês, destaca que é dever do Estado assegurar os direitos e o bem-estar da população. Todavia, em virtude dos desafios para a valorização da herança africana ser uma realidade na sociedade brasileira, é válido reconhecer como o Poder Público não atua de modo efetivo e, pior, não exerce seu papel social conforme os ideais de John Locke. Nessa lógica, é possível analisar a ausência governamental e a lacuna educacional como fatores que favorecem esse quadro.
De início, percebe-se que a ausência governamental fomenta a permanência do entrave na sociedade, dado que o Estado não tem atuado de maneira eficiente para reverter os desafios para a valorização da herança africana no Brasil, seja informando ou promovendo políticas públicas eficazes na educação. Nessa ótica, ao destacar a ideologia do filósofo Platão, especificamente sobre o uso da razão para combater os problemas sociais, nota-se como essa conduta não é realizada pelos brasileiros, sobretudo quando o assunto é desafios para a valorização da herança africana. Isso porque, lamentavelmente, o indivíduo não questiona a realidade na qual está inserido.
Além disso, vale ressaltar a lacuna educacional como um fator que dificulta a atenuação do empecilho, visto que a escassez de conteúdos nas matérias educacionais tem gerado desinformações nas pessoas a respeito dos desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Segundo Pierre Bourdieu, sociólogo francês, a sociedade incorpora as estruturas sociais, ou seja, os indivíduos incorporam pensamentos difundidos ao longo dos anos e reproduzem com naturalidade. Isso pode ser verificado com a persistência dos desafios, já que a população, adequada e acostuma com esse cenário, permite que a problemática supracitada continue em evidência, justamente por esse traço natural e banal diante dos fatos.
Urge, portanto, a adoção de medidas para impedir os desafios. Nesse sentido, o governo e o ministério da educação, órgãos responsáveis por garantir a condição e a existência de todos, devem promover políticas públicas eficazes na educação, por meio de investimentos estratégicos, informações e pelas exigências das leis, a fim de sanar os direitos sociais de todos no país. Paralelamente, as escolas públicas e privadas precisam fornecer conteúdos e ensino eficazes no que tange a herança dos povos africanos. Feito isso, ao presenciar um Estado eficiente e ativo, a ideologia de Locke, poderá, certamente, ser cumprida e notada no país.