De início, é imprescindível relatar que o racismo estrutural e a negligência governamental são dois dos inúmeros desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Sendo assim, desde os tempos coloniais a herança e cultura dos africanos têm sido negligenciadas de forma que se faz recorrente, até os dias atuais, a presença de pensamentos preconceituosos. De tal forma que se faz inevitável que haja discussões e ações para melhoria desta pauta dentro da sociedade. Logo, convém discutir o tema.
Em primeira análise, a música "que país é esse" da Legião Urbana, retrata de forma explícita, em seu trecho "ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação", a permanência de uma população ignorante. Dito isso, ao relacionar com o racismo estrutural—cujo é um crume inafiançável presente nos incisos da Constituição Federal—é notório que o corpo social age de forma hipócrita e arrogante. Apesar de se proclamarem uma população respeitosa, o racismo ainda se faz presente nas ações da população para com a cultura africana.
Ademais, é inadmissível que um Governo que se autoproclama justo, respeitoso e diversificado culturalmente, não forneça meios e recursos para a valorização da cultura do povo africano no cenário, visto que é uma cultura presente em diversas áreas do cotidiano, como: dança, alimentação e religião. Dessa maneira, Thomas Hobbes afirma que é dever do Estado fornecer recursos que facilitem o desenvolvimento de um país. Contudo, é notório que o Governo brasileiro não cumpre com o apresentado anteriormente: sendo assim, gerando uma lacuna dentro de suas próprias proclamações.
Portanto, cabe ao Estado—em sua esfera executiva—fornecer meios que amplifiquem o acesso à informações sobre a cultura africana e sua influência no cotidiano do povo brasileiro, de tal forma enaltecendo a cultura e acarretando um maior respeito por parte da nação. Assim, promovendo também, a ideia de um país laico e diversificado que tanto é apresentado ao mundo.