O documento jurídico mais importante do país, a Constituição Federal de 1988 prevê o direito à cidadania e a liberdade de expressão, contudo, no panorama hodierno, isso não é assegurado de forma efetiva, uma vez que a não valorização da herança africana é um dos grandes empecilhos que o corpo social brasileiro enfrenta em decorrência da omissão estatal e da invisibilidade do tema. Assim, os entes públicos e coletivos têm participação neste tópico, o qual deve ser meticulosamente analisado, pois, como afirma o filósofo Tomás de Aquino: "Não se opor ao erro, é aprová-lo não defender a verdade é nega-lá"
Em primeira análise, é imperioso destacar que o Estado falha ao não propor medidas significativas no sistema de ensino para dar ênfase a história afro-brasileira como um todo, destacando os riquíssimos elementos deixados por ela em nossa cultura, a exemplo, as comidas festas, contos e palavras. Dessa forma, essa negligência se evidencia pela redução da herança africana apenas ao lastimável período escravocrata. Nesse sentido, é válido citar que o Brasil, o último país acabar com a escravidão, leva consigo uma perversidade construindo uma sociedade enferma de desigualdade e de descanso. Portanto, a carência de conscientização da importância da cultura afro-brasileira permite a persistência da diversidade.
Outrossim, em segundo plano é crucial salientar o pensamento do político alemão, Konrad Adenauer: "Todos vivemos sobre o mesmo céu, mas nem todos temos os mesmos horizontes." Desse modo, as grandes mídias ao priorizarem a abordagem de temas lucrativos e relacionados aos padrões de beleza secundarizam e minimizam problemas como a dificuldade da promoção de estima pela cultura africana e isso é comprovado pela falta de debates e notícias sobre o tema. Além disso, o caso de Preta Pariu, uma influenciadora negra, é pertinente ao assunto: ao trocar suas postagens por fotografias de modelos brancas, observou que o alcance aumentou em 6000% exaltando a intrínseca relação entre essa realidade e o viés racial, logo, tudo isso exige o combate ao preconceito, visto que o racismo sucinta a perpetuação do quadro retratado.
Diante do exposto, é irrenunciável a urgência de aplicação de novas ações que pode e deve ser proporcionada pelo Ministério da Cultura e o Ministério da Educação. Esses Ministérios irão por meio de verbas públicas, investir na promoção de políticas, diretrizes e campanhas para a inclusão da herança africana e afro-brasileira no ambiente escolar e nas redes sociais. Além disso, palestras ministradas por profissionais são imprescindíveis. Essas ações irão colaborar para a enfatizar a cultura com o princípio fundamental para a constituição da cidadania. Dessa maneira os direitos previstos serão assegurados e o erro não será aprovado, mas prontamente combatido.