ygory escreveu:No livro "Utopia", do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que os desafios para valorização da herança africana no Brasil apresenta barreiras as quais dificultam a concretização dos planos de More. Nesse sentido, os fatores contribuintes para essa querela são oriundos da negligência governamental, e também pela má influência midiática.

É importante ressaltar, de início, a ausência de ações governamentais como promotora do problema. Conforme o filósofo italiano Nicolau Maquiavel, no livro "O Príncipe", para manter-se no poder, os governantes devem operar em busca do bem universal. Contudo, percebe-se que, no território nacional, há recorrência de obstáculos que interferem no desenvolvimento de leis, já que o estado, responsável para promover instrução aos seus cidadãos, não cumpre o seu devido papel. Desse modo, é incabível que tal situação se perpetue, pois traz consequências gravíssimas, como a discriminação da cultura africana.

Ademais, é fulcral dar ênfase à questão da má influência midiática que ainda é um grande impasse à solução do óbice. Segundo Pierre Bourdieu, o que foi criado para ser instrumento de democracia não deve ser convertido em mecanismo de opressão. Diante de tal exposto, é nítido que a mídia, em vez de promover debates que elevem o nível informacional da população, influência na consolidação e persistência da intolerância da herança africana. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Deprende-se, portanto, a inexistência de novas medidas para reverter esse empecilho no Brasil. Para isso, a mídia deve criar um projeto que vise informar a população sobre a atual situação da nação sul-americana. Isso deve ocorrer por meio de propagandas televisivas e de reportagens, com a participação de profissionais competentes e membros da comunidade, a fim de garantir os direitos dos indivíduos prejudicados e mobilizar a população. Dessa forma, atenuar-se, em médio e longo prazo, os desafios enfrentados da valorização da cultura africana, e a coletividade alcançará a utopia de More.