Na obra ''Utopia" do filósofo Thomas More, é retratada um sociedade perfeita, no qual o corpo social se ausenta de conflitos e problemas. No entanto a realidade contemporânea destoa do pensamento do autor, tendo em vista os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Desse modo é indubitável que se combata a alienação social e insuficiência legislativa.
A princípio, destacam-se os fatores sociais como principais impulsionadores da problemática. Segundo a filósofa francesa Simone de Beauvoir, o mais escandaloso dos escândalos é aquele que a sociedade se habitua a ele. Nesse contexto, a normalidade do corpo social brasileiro ao silenciamento diante da luta por valorização da história que reje grande parte da população em nosso país, constata a afirmação da filósofa, de maneira a retardar o enfrentamento do empecilho. Dessa forma, faz-se mister a reformulação dessa postura alienada urgentemente.
Ademais, é fulcral apontar as questões estatais presente na temática. Conforme a Constituição Federal de 1988, norma de maior hierarquia no poder jurídico brasileiro, um dos direitos de todo cidadão é ter acesso a cultura, proteção e educação. Nesse ínterim, nota-se que o Estado não cumpre sua função em falar da história e cultura afro-brasileira nas escolas. Fato que coíbe a ascessão do Estado. Logo, medidas devem ser tomadas afim de concretizar a proposta presente na carta magna.
Em suma, a desvalorização da herança africana no Brasil é compreendida como um revés. Portanto, urge ao Governo promover projetos voltados a cultura e história africana, no intuito de atenuar o impasse. Além disso, a mídia -grande difusora de informações-, deve divulgar a importância e o impacto luta de povos negros para o desenvolvimento e história do Brasil, por meio de campanhas publicitárias, com o fito de informar a coletividade. Somente assim, de modo a concretizar o ideal previsto na constituição cidadã, a população brasileira progredirá socialmente e se assemelhará com a obra de More.