Na Obra "A Cidade de Deus", o filósofo Agostinho de Hipona idealiza um mundo isento de preconceitos, cujo os cidadãos empenham-se na preservação de sua cultura e crença. Fora da ilustre produção literária, com ênfase na sociedade brasileira atual, nota-se o oposto das ideias de Agostinho, tendo em vista os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Desse modo, é notório que esse cenário perdura por causa da negligência estatal e déficit na educação.

Em primeiro plano, é imperioso analisar a ausência de políticas públicas com o objetivo de exaltar essa herança invisibilizada. De acordo com o artigo 23 da constituição federal de 1988, " É dever da União dos Estados, municípios e o Distrito Federal, promover a preservação da cultura no Brasil". No entanto, observa-se que esse direito não está sendo posto em prática pelos órgãos competentes, visto que há uma veemente oposição por parte de outros ramos culturais.

Outrossim, torna-se válido ressaltar os efeitos do déficit na educação brasileira como outro agente influenciador do revés. Segundo Paulo Freire, "Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar opressor". Destarte, a ineficiência educacional possibilita de forma negativa o pensamento intolerante e de repúdio contra as diversidades linguísticas, culturais e sociais.

Infere-se, portanto, a necessidade de mitigar a problemática. Desse modo, cabe ao ministério da educação, desenvolver projetos que englobem diversas áreas, como a mídia, escolas e universidades. Por meio da criação de museus pedagógicos a fim de ensinar aos estudantes sobre a origem de seus ancestrais, resultando em mais visibilidade a essa tradição.