Na obra "Triste fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto, o protagonista aprecia diversas heranças culturais, entre elas a africana, porém, é constantemente reprimido por suas ideias nacionalistas. Fora da esfera literária, a negação da cultura africana na construção da nação brasileira persiste na contemporaneidade, em razão da filosofia colonialista enraizada no corpo social e da lacuna educacional.
Apartir desse viés, infere-se que a herança da colonização é a hierarquização racial e, segundo o filósofo Focault, está estruturada na sociedade moderna. Dessa forma, as vertentes culturais africanas são invizibilizadas e oprimidas, refletindo na intolerância religiosa com a umbanda e o preconceito com o samba, por exemplo.
Além disso, o pagamento histórico é institucionalizado nos currículos escolares, pois repassa a visão eurocêntrica do mundo, e segundo o filósofo Kant, os indivíduos significam a realidade apartir do que conhecem. Assim, a falta de conhecimento acerca da herança africana se estagna nos cidadãos brasileiros desde a sua formação, o que é indignante.
Fica evidente, portanto, a necessidade do Estado frear a problemática, através do Ministério da Cultura, na criação de políticas públicas que ampliem as vertentes africanas principalmente na arte, visando trazer visibilidade para a cultura afrodescendente. Outrossim, urge a priorização dos saberes afrodescendentes nos currículos escolares, a fim de valorizar as heranças africanas na diversidade cultural brasileira, assim como gostaria Policarpo Quaresma.