Na obra “O constitucionalismo brasileiro moderno”, o escritor Paulo Bonavides constata que a falta de consciência constitucional leva a ineficácia dos textos constitucionais. Para o autor o Brasil é formalmente estruturado pela Constituição Federal; no entanto, os direitos nela garantidos não são plenamente efetivados. Dessa forma, esse viés é presente no país, visto que os desafios para valorização da herança africana é uma circunstância impeditiva dos textos da Carta Magna. Esse quadro nefasto ocorre não só em função da omissão governamental, mas da apatia da sociedade.
A princípio, a Constituição de 1988 deveria garantir os direitos básicos, como a valorização de uma cultura e a inserção social dos que não conseguem ter voz e praticar sua cidadania. Entretanto, á uma lacuna estatal, visto que a herança africana só vem sendo estereotipada, ao invés de incluída na sociedade. Ligar a história africana a escravidão vem sendo parte de um processo construído pelos que governaram o país. Por associar a raça branca a superior e soberana.
Ressalta-se, ademais, a alienação e contribuição da sociedade no contexto racial, visto os tratamentos racistas utilizados para se referir à população negra. Djamila Ribeiro argumenta que “tirar um problema da invisibilidade é o primeiro passo para sua resolução” fingir que não ver e escuta apelidos hostis é contribuir para a proliferação do ódio e de mentiras contra cultura africana, aumentando ainda mais a precariedade de uma tradição e história rica.
Sob os argumentos supracitados, é dever do Ministério dos direitos humanos e da cidadania, juntamente com a mídia, garantir o enriquecimento da cultura africana no Brasil, aumentando sua visibilidade e retirando preceitos arcaicos sobre os mesmos. Fazer projetos de leis contra atos de ódio, e proporcionar palestras para efetivar e melhorar a qualidade de vida dos que sofrem esses desafios. Desse modo, é esperado um país mais igualitário e longe de desigualdades raciais e culturais.