"Olhos que olham são comuns. Olhos que vêem são raros" a máxima do escritor Oswald Sanders revela a cegueira da sociedade pós-moderna frente aos problemas que assolam. Nesse sentido, é imprescindível relacionar tal desatenção ao desolador cenário dos desafios para a valorização da herança africana no Brasil, potencializado tanto pela negligência governamental quanto a má gestão midiática. Logo, faz-se cabível uma democrática discussão acerca desses impasses, com o objetivo de visibilizar essa problemática consolidada na coletividade brasileira.

Nesse sentido, é inegável o escasso interesse público na valorização da cultura africana, frustando a população negra. Sob esse viés, é notório que há ainda na contemporaneidade, a exclusão das origens africanas no país, isso, se dá, por falta de apoio das autoridades governamentais nas exposições dos costumes, técnicas e crenças afro-brasileiras, que iriam ajudar no fortalecimento das memórias negras. Tal mentalidade, é perceptível, na obra "Modernidade Líquida' do sociólogo Bauman que discute a fragilidade do governo em lidar com as dificuldades sociais. Sendo assim, é evidente que a gestão é ineficaz, uma vez que, a herança dos africanos não porta de sua devida importância.

Outrossim, nota-se como fator determinante a má influência por parte da mídia. Para Pierre Bourdieu "O que foi criado para ser instrumento de democracia não deve ser convertido em mecanismo de opressão". Entretanto, a mídia é inresponsável por causa da desvalorização histórica afro-brasileira, ja que, pouco se fala nas redes sociais o legado histórico do continente africano no território brasileiro e como na atualidade tem um papel essencial, pois influênciou na culinária, dança, música e literatura. Assim, a má influência midiática é responsável no que tange o tema.

Portanto, medidas são necessárias. Para isso, pesquisadores e formuladores de política devem criar projetos visando o aumento da valorização africana, a fim de reverte a falta de conhecimento da humanidade sobre esse contratempo. Essa ação, ainda pode ser divulgada por meio de programas de televisão, rádios e instituições educacionais para que chegue a todos. Paralelamente, também é preciso intervir a omissão governamental que é presente. Dessa maneira, espera-se que os desafios para a valorização cultural africana, sejam freados no Brasil.