Em sua obra "A República", Platão, filósofo grego, idealiza uma sociedade ideal, onde a valorização e o respeito, entre outros direitos, são dispostos a cada individuo. Contudo, no Brasil, há um iminente desvio desta proposta ao analisarmos a desvalorização da cultura africana. Tal desacerto ocorre em decorrência do ocultamento do legado africano e da desigualdade social presente no país.
Deste modo, a priori, deve-se observar o implícito ofuscamento cultural. No mito do caverna, citando novamente Platão, tem-se que as pessoas tomam como real somente o que lhes é exposto. Vê-se então que, na sociedade brasileira, é posto um véu sob a cultura africana, ao ponto que, quando não totalmente ignorada, ela é convertida em "conto de fadas". Isto finda por romantizar a história de um povo de vasta importância cultural.
Outrossim, faz-se necessário combatermos a desigualdade social. Segundo o filósofo Tomás de Aquino, todos os indivíduos devem receber o mesmo valor em uma sociedade democrática, como é o Brasil. entretanto, o que vê se na realidade brasileira é uma hipervalorização da Cultura "burguesa" e, em contrapartida, o desdém da sociedade para com a cultura afro-brasileira conhecemos Pedro Álvares Cabral nos livros de história, mas e o Zumbi dos Palmares? dessa forma, negligencia-se o valor igualitário proposto pelo santo católico.
Por conseguinte, faz-se imperioso transpor este problema. Portanto, o governo do estado brasileiro deve investir no deslocamento da cultura africana propondo exposições culturais sem filtros etnocentristas por todo o país, revelando a beleza cultural africana e removendo o véu posto sob ela, além de dar o devido valor a esta herança de expoente relevância. Assim, o Brasil estaria mais próximo da República utópica idealizada por Platão.