A alfabetização infantil deve ocorrer até os 7 anos de idade, porém no Brasil, 40% da população infantil na faixa etária dos 7 anos que estão cursando o 2⁰ ano do ensino fundamental, ainda são analfabetas. A Constituição Federal de 1988, artigo 6⁰, assegura o direito à educação e ao bem-estar da população. Porém, no contexto atual do país, não se tem dado a devida importância à educação, visto que a alfabetização e seus atuais desafios permanecem sem destaque nas pautas discutidas atualmente. Nesse sentido, essa problemática ocorre em virtude da negligência governamental e da desigualdade social.
Em primeira análise, é preciso observar o descaso estatal presente neste empecilho. Segundo o "Contrato Social" de Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir o bem-estar da sociedade. Dito isso, a omissão governamental direcionada à educação não tem cumprido com o seu dever de assegurar às crianças brasileiras seu direito, sendo ele o acesso às escolas. Consequentemente, isso contribui para o atraso no desenvolvimento acadêmico.
Além disso, o desequilíbrio social é um fator agravante no que se diz respeito ao problema. Conforme o escritor e jornalista Barão de Itararé, os homens já nascem iguais, mas no dia seguinte já são diferentes. Desse modo, o desbalanciamento social dificulta a solução dessa temática, uma vez que parte da população não tem acesso ao ensino nos colégios. Por conseguinte, a falta de instituições de ensino, professores formados e recursos educacionais em regiões de extrema pobreza -como favelas e zonas rurais-, também agravam o analfabetismo infantil.
Portanto, é essencial a atuação do governo e do Ministério da Educação-órgão responsável por gerir todos os assuntos referentes à educação no país- para que tais obstáculos sejam superados. É imprescindível que políticas públicas e eficazes sejam implementadas para lidar com as diversas dimensões dessa problemática, por meio de investimento nos recursos educacionais, formação e capacitação de novos professores e visar reduzir as desigualdades sociais, além de novas escolas públicas, especialmente em áreas de classe social baixa. Essas políticas visam combater o analfabetismo no Brasil com a finalidade de garantir que a educação chegue a todas as crianças.