No poema "Vou-me embora pra Pasárgada", o autor Manoel Bandeira vislumbrou uma sociedade idealizada para se refugiar da realidade. Fora da ficção, no Brasil, muitos indivíduos são acometidos por tal sentimento, uma vez que são vários os desafios para erradicar o capacitismo na sociedade contemporânea. Entre eles, estão a negligência estatal e a precária formação do ser.

Diante desse cenário, é válido retomar o aspecto supracitado de que a omissão governamental para com esses indivíduos é expressiva. Acerca disso, o filósofo Thomas Hobbes afirma que "é dever do Estado proporcionar meios que auxiliem o progresso de toda coletividade". Dessa maneira, é intolerante que um país tão diversificado como o Brasil invalide seus habitantes, permanecendo omisso quanto à opressão às pessoas com deficiência.

Ademais, é importante ressaltar que a carência do sistema educacional implica no fortalecimento do preconceito. Sob essa lógica, o filósofo francês Voltaire declara que o "preconceito é opinião sem conhecimento", evidenciando a importância do ensino para a estruturação do ser. Logo, é incabível que a educação permaneça falhando em exercer sua função social de capacitar futuros cidadãos.

Portanto, compete ao governo federal, como autarquia de nosso país, desenvolver campanhas educativas acerca do capacitismo na sociedade contemporânea, por intermédio de diferentes canais de comunicação, como redes sociais e rádios, visando alcançar um amplo espectro da sociedade a fim de construir um ambiente saudável e inclusivo para a população. Assim, a discriminação deixará de representar o povo brasileiro e o progresso será coletivo, como proposto por Hobbes.