- 16 Mar 2024, 11:58
#127894
Em sua obra "Ensaio sobre a cegueira", o escritor José Saramago descreve uma cidade fictícia na qual, paulatinamente, as pessoas vão ficando cegas. Na trama, o autor usa dessa alegoria para criticar a falta de altruísmo e cooperação no mundo contemporâneo, em que os indivíduos se preocupam cada vez menos com o bem-estar coletivo. Ao transpor a ficção e analisar a atual conjuntura brasileira, percebe-se que a obra exemplifica a realidade vivenciada no país, uma vez que os desafios para a garantia da moradia representa um problema que não recebe a devida atenção no território nacional. Nesse contexto, deve-se analisar como a negligencia estatal e a preconceito social impulsionam tal problemática, com o intuito de solucioná-la.
Diante desse cenário, nota-se a inoperância governamental como fator agravante da ineficiência da garantia à moradia no país. De acordo com o geógrafo Milton Santos, em seu texto "As Cidadanias Mutiladas", a cidadania atinge a plenitude de sua eficácia quando os direitos do corpo social, em sua totalidade, são homogeneamente desfrutados. Todavia, no contexto hodierno, a passividade do Estado distancia as pessoas em vulnerabilidade social dos direitos constitucionalmente garantidos, à medida que a população em situação de rua aumenta. Dessa forma, enquanto a máquina pública negligenciar suas responsabilidades, o problema perdurará e os direitos dos cidadãos continuarão a ser mutilados de forma sistemática.
Ressalta-se, ademais, que o preconceito e apatia da população potencializa esse cenário. Nesse viés, segundo Padre Júlio Lancelotte, a aporofobia -hostilidade e aversão à pobres- é um quadro social que cresce pelas ruas do país, à medida que empresas e prefeituras constroem limitações físicas para impedir a aproximação de moradores de rua. Em decorrência disso, mantem-se o estado de ausência de ações sociais efetivas no que tange à reversão desse contexto, fragilizando, com isso, a cidadania plena no país. Desse modo, é imprescindível combater a intolerância, visto que é uma das causas fundamentais do problema.
Diante do exposto, denota-se a urgência de propostas governamentais que alterem esse quadro. Portanto, cabe ao estado -em sua função de promotor do bem-estar social- ampliar programas de benefício à moradia conjuntamente de programas assistenciais, incentivando e ajudando os contemplados à conquista do emprego formal, por meio de dotes financeiros federais. Além disso, cabe às grandes mídias divulgarem a realidade vivida pelos menos favorecidos com a finalidade de conscientizar e promover a empatia dos telespectadores. Assim, à luz da perspectiva de Saramago, poderemos mitigar a cegueira moral que permeia essa questão.
Diante desse cenário, nota-se a inoperância governamental como fator agravante da ineficiência da garantia à moradia no país. De acordo com o geógrafo Milton Santos, em seu texto "As Cidadanias Mutiladas", a cidadania atinge a plenitude de sua eficácia quando os direitos do corpo social, em sua totalidade, são homogeneamente desfrutados. Todavia, no contexto hodierno, a passividade do Estado distancia as pessoas em vulnerabilidade social dos direitos constitucionalmente garantidos, à medida que a população em situação de rua aumenta. Dessa forma, enquanto a máquina pública negligenciar suas responsabilidades, o problema perdurará e os direitos dos cidadãos continuarão a ser mutilados de forma sistemática.
Ressalta-se, ademais, que o preconceito e apatia da população potencializa esse cenário. Nesse viés, segundo Padre Júlio Lancelotte, a aporofobia -hostilidade e aversão à pobres- é um quadro social que cresce pelas ruas do país, à medida que empresas e prefeituras constroem limitações físicas para impedir a aproximação de moradores de rua. Em decorrência disso, mantem-se o estado de ausência de ações sociais efetivas no que tange à reversão desse contexto, fragilizando, com isso, a cidadania plena no país. Desse modo, é imprescindível combater a intolerância, visto que é uma das causas fundamentais do problema.
Diante do exposto, denota-se a urgência de propostas governamentais que alterem esse quadro. Portanto, cabe ao estado -em sua função de promotor do bem-estar social- ampliar programas de benefício à moradia conjuntamente de programas assistenciais, incentivando e ajudando os contemplados à conquista do emprego formal, por meio de dotes financeiros federais. Além disso, cabe às grandes mídias divulgarem a realidade vivida pelos menos favorecidos com a finalidade de conscientizar e promover a empatia dos telespectadores. Assim, à luz da perspectiva de Saramago, poderemos mitigar a cegueira moral que permeia essa questão.
Comentários
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COMPETÊNCIA 1: Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
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COMPETÊNCIA 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
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COMPETÊNCIA 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
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COMPETÊNCIA 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
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COMPETÊNCIA 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
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