A Segunda Fase do Romantismo, marcada pelo sentimentalismo, pela idealização da juventude e pela melancolia, construiu uma sociedade que acredita que o auge da vida está na mocidade. Tal perspectiva, que associa beleza e valor apenas à juventude, ainda se reflete na contemporaneidade por meio do etarismo, preconceito que marginaliza os idosos e desconsidera suas experiências. Desse modo, é premente analisar os principais impactos dessa problemática: o reforço de estereótipos negativos e a exclusão profissional e econômica.
Em primeiro lugar, é notório que o reforço de estereótipos negativos funciona como motor dos desafios para combater o etarismo. Idosos são frequentemente retratados como frágeis, lentos ou incapazes de aprender, o que contribui para sua exclusão social e profissional. Essa percepção distorcida não apenas desvaloriza suas experiências e habilidades, mas também reforça preconceitos internalizados, fazendo com que muitos se sintam inúteis ou invisíveis na sociedade, o que contribui para problemas psicológicos, como a depressão, ansiedade e diversos outros fatores. Essa visão distorcida é constantemente retratada no filme "Up - Altas Aventuras", que desafia a ideia de que os idosos são incapazes, mostrando que eles ainda podem viver experiências significativas e manter sua autonomia. Portanto, o reforço cultural desses estereótipos não apenas prejudica a autoestima dos idosos, mas também perpetua o preconceito etário na sociedade.
Além disso, a exclusão profissional e econômica possibilita a expansão dessa problemática, mantendo os idosos afastados de seus direitos, em desrespeito ao Art. 230 da Constituição Federal, que prevê que a família, a sociedade e o Estado devem amparar as pessoas idosas garantindo-lhes dignidade e bem-estar. No âmbito profissional, muitos são preteridos em contratações e promoções por serem considerados ultrapassados ou menos produtivos, o que reduz sua autonomia financeira e compromete a independência econômica. Essa marginalização limita também o acesso a atividades de lazer, educação e participação social, resultando em isolamento e invisibilidade no espaço público. Consequentemente, a sociedade deixa de aproveitar a experiência e o conhecimento acumulados por esses indivíduos, desperdiçando contribuições valiosas tanto no ambiente profissional quanto na vida comunitária, evidenciando que é necessário políticas públicas para combater essa problemática.
Diante do exposto, é imprescindível combater o etarismo, uma vez que ele reforça estereótipos negativos e mantém os indivíduos mais velhos afastados de oportunidades e da vida social. Para tanto, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em parceria com os meios de comunicação, deve promover campanhas de conscientização que valorizem o envelhecimento e incentivam a inclusão social dessa parcela da população, com o objetivo de desconstruir preconceitos e garantir maior participação e reconhecimento dos indivíduos mais velhos na sociedade.